O ministro da Economia esteve ontem, quinta-feira, no Porto, no âmbito da conferência “Novas tecnologias e tradição – estratégia para combater o desemprego?”, do fórum “Olhares Cruzados”, da Universidade Católica do Porto, onde apresentou uma série de soluções para o problema do desemprego no Norte.

Vieira da Silva destacou vários factores favoráveis do Norte: a acessibilidade a nível nacional e internacional, as universidades e o bom ordenamento de território. “O modelo de ordenamento do território, do ponto de vista económico, favorece pólos de conhecimento e informação” como “o eixo Aveiro-Braga, que concentra uma rede de produção de saber e recursos humanos”.

Ciente da realidade da região, que viu o desemprego aumentar no 4.º trimestre de 2009, Vieira da Silva referiu que “distribuição de emprego dificilmente será recuperada por uma nova indústria”. Para o ministro, a solução está nas “dinâmicas locais”.

A nível nacional, o ministro da Economia considera que a solução passa “pela valorização do emprego criado por sectores de bens e serviços não transaccionáveis”, assim como por “políticas públicas” que possam ser “instrumentos que favoreçam a capacidade de empreendedorismo e de produzir emprego”.

Défice de exportações justifica desemprego

Para justificar os valores do desemprego em Portugal, o ministro da Economia apresentou três motivos que levaram o país e a região Norte à situação actual. O “travão ao potencial crescimento do Norte” é, para Vieira da Silva, o défice externo. Portugal produz menos do que consome, logo necessita, consequentemente, de importar um elevado número de produtos.

Salientou, ainda, as alterações que ocorreram, “nas últimas décadas”, ao nível da “concorrência da economia”. Maior exemplo é a dificuldade de competição das empresas portuguesas com o mercado internacional. Todo este contexto aliado à crise, que se sente com uma “intensidade e profundidade” incomparável, fez com que Portugal mergulhasse na realidade actual.