Apresentado esta terça-feira, no Palácio da Bolsa, o Programa Desafio Emprego XXI é fruto de uma parceria entre o Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário (CITEVE) e a Microsoft. O projecto pretende desenvolver as competências tecnológicas dos desempregados dos sectores tradicionais em Portugal, de forma a conseguir o seu reingresso no mercado de trabalho.

“A contribuição que a Microsoft e o CITEVE têm dado através do seu projecto é muito importante porque assenta em três condições fundamentais: a tecnologia, a inovação e a iniciativa”, referiu a ministra do Trabalho e da Solidariedade Social, Helena André, durante a sessão.

De acordo com a ministra, os objectivos do programa, que classificou como “muito pertinentes e muito actuais”, coincidem com as políticas governamentais de combate ao desemprego e recuperação económica. O projecto Desafio Emprego XXI “mantém e cria emprego”, “forma para o presente e para o futuro” e “promove a igualdade de oportunidades”, salientou.

Helena André destacou ainda a importância de se criarem “condições para a retenção, manutenção e progressão dentro do mercado de trabalho”, mais do que se “facilitar o acesso” ao mesmo.

Do Programa TII ao Desafio Emprego XXI

O projecto começou em 2006 com o Programa TII – Tecnologia, Inovação e Iniciativa, direccionado para os desempregados da indústria têxtil. Evoluiu em 2008 para a “versão 2.0”, como explicou Braz Costa, director-geral do CITEVE. “Alargámos a iniciativa a outros sectores”, diz, de forma a fomentar o conhecimento tecnológico.

Durante estes quatro anos de actuação, o projecto levou a cabo “710 acções no terreno”, realizou “mais de 21 mil horas de formação”, envolveu “3693 pessoas” e conseguiu “47% empregabilidade”, números apresentados pelo director.

Avaliação “é positiva”:

Sara Cruz, docente da Faculdade de Economia, apresentou os resultados de um estudo acerca da empregabilidade do Programa TII – Tecnologia, Inovação e Iniciativa, realizado em 2008. O estudo revelou que a “avaliação da formação, por parte dos inquiridos é positiva, tanto em termos de realização pessoal, como profissional”, “mesmo que esta não se traduza de imediato na criação um trabalho ou melhor emprego”.

A taxa de empregabilidade conseguida é, segundo Braz Costa, “um score” do qual as entidades responsáveis se “orgulham”. Para o futuro, o director fala de uma “versão 3.0”, que vai ser, nas suas palavras, “mais inclusiva, porque abarcará novos sectores e outras regiões”, bem como mais parcerias com empresas; Será também “mais potente porque vai insistir na reintrodução nos sectores de origem”, na “reconversão de recursos humanos” e na “criação de emprego”. A marca do “empreendedorismo” também vai marcar a “nova” versão.

“Foi um projecto que me deu muito prazer”, referiu o director de pequenas e médias empresas da Microsoft, Luís Sousa. A Microsoft, diz, está “neste mercado para ajudar as pessoas e as organizações a atingir e a desenvolver o seu total potencial”. Até porque, salienta Luís Sousa, Portugal “não tem ainda um nível de literacia digital que lhe permita estar confortável” quanto aos desafios. Desta forma, a Microsoft já contribuiu financeiramente para a nova edição do programa.

Durante a sessão de apresentação do programa também houve espaço para uma mesa redonda, que teve como oradores o presidente da Agência Nacional para a Qualificação, Luís Capucha, e o presidente do Conselho Económico e Social, Silva Penedo. A moderação ficou a cargo do jornalista Daniel Catalão.

Os objectivos da Agenda 2020 para a União Europeia foram o tema do debate. “Assegurar o emprego a 75%”, “tirar 20 milhões de pessoas da pobreza” e “reduzir em 20% os gases com efeito de estufa” são algumas das apostas futuras. A sessão de encerramento coube a Rui Moreira, Presidente da Associação Comercial do Porto.