O centenário do nascimento de Artur Santos Silva foi assinalado com o lançamento de um livro em sua homenagem. “Uma vida pela liberdade” é um conjunto de memórias e documentos reunidos pelos filhos do advogado (Artur, Olga e Isabel) e orquestrados pelo historiador Gaspar Martins Pereira, que assina o livro.

A obra foi apresentada, esta terça-feira, no auditório do Museu Nacional Soares dos Reis, que encheu com a presença de uma numerosa lista de convidados. A apresentação, tal como a história do livro, foi feita de relatos de quem conheceu Artur Santos Silva em vida.

O advogado e ministro da I República foi tema dos discursos de Artur Santos Silva (filho), Gaspar Martins Pereira e Miguel Veiga, autor do prefácio. Nas palavras de Artur Santos Silva, o pai foi sempre um homem de “valores firmes, carinho, ternura, tolerante e dedicado aos amigos”. Era, segundo o testemunho do Gaspar Martins Pereira, uma figura que aliava a austeridade a uma “extrema sensibilidade e bondade, completadas por uma enorme coragem”.

A consciência política de Santos Silva foi assinalada por todos os oradores. Social-democrata de raiz, sempre se debateu pela liberdade e pela República, o valor que defendeu até ao fim da sua vida. Acreditava, enfatizou Artur Santos Silva, no valor do poder jurídico, que respeitava acima de tudo. “Nutria uma admiração pelos juízes.”

O livro homenageia também, como Artur Santos Silva frisou, o seu próprio irmão, que morreu aos 25 anos. Tratava-se, segundo o presidente do Conselho de Administração do BPI, do “mais dotado dos irmãos” e o mais parecido com o pai.

Miguel Veiga emocionou a plateia com um texto dedicado ao “Pai Artur” (como tratava Artur Santos Silva), falando dele como um “senhor de um destino belo e justo e de uma vida fecunda e verdadeira”.