Uma asa de avião, um ferro de engomar e uma senhora com cabelo extravagante. Foram estes elementos que convenceram o jurí do festival mundial de cartunes a atribuir o primeiro prémio a “In the air tonight”, de Jerzy Gluszek. Na opinião de Luís Humberto Marcos, director do Museu Nacional de Imprensa, o artista queria transmitir a mensagem de que “os aviões estão a tornar-se tão banais como as tábuas de passar”.

Como referiu Peter Nieuwendijk, presidente-geral da Federação Internacional de Cartunistas (FECO), um cartune não devem expressar “apenas uma mensagem, mas também humor”. Atendendo a essa mensagem e sob o tema “Aviões e Máquinas Voadoras”, foram, então, escolhidos tanto o primeiro, como os restantes premiados.
Air Bus“, de Mahmood Azadina, cartunista iraniano, arrecadou o segundo prémio. Já o belga Stefan Provijn ocupou o terceiro lugar com um cartune intitulado “A plane built on hope”. Das seis esculturas humorísticas que concorreram ao PortoCartoon, todas mereceram menções honrosas.

O júri era constituído pelo cartunista francês Georde Wolinski, por Xaquin Marin, ex-director do Museo de Humor de Fene, Peter Nieuwendijk, Luís Humberto Marcos e Luís Mendonça, professor da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.

12.ª edição bate recorde de participações

71 países, 2100 trabalhos e cerca de 600 artistas são os números que fizeram com que a edição do Porto Cartoon World Festival 2010 ultrapassasse todas as edições anteriores.

O director do Museu Nacional da Imprensa, Luís Humberto Marcos, celebra o feito e explica a importância do mesmo para “cativar o interesse do mundo”. E foi com isso em mente que o tema “Aviões e Máquinas Voadoras” serviu de mote para a elaboração dos cartunes,em jeito de homenagem a Bartolomeu Gusmão e à comemoração dos 300 anos do lançamento da passarola.

Os 93 cartoonistas iranianos que participaram nesta 12.ª edição do Porto Cartoon valeram ao Irão o destaque como país com mais participantes, que concorreram com mais de 300 cartunes. Sobre a existência de muitos cartunistas oriundos de países em que a liberdade de expressão é menor, Luís Humberto Marcos justifica tal facto dizendo que “o humor é terrível contra o poder”.