O prazo para apresentação de candidaturas ao cargo de reitor da Universidade do Porto (UP) terminou na quinta-feira. Seis das sete candidaturas apresentadas são de personalidades estrangeiras, revelou, ao JPN, fonte da reitoria. O actual reitor, Marques dos Santos, o outro candidato, encara com naturalidade estas candidaturas.

“A Universidade só tem a ganhar ao alargar o campo de recrutamento”, disse, em declarações ao JPN.

Conselho Geral da UP:

O conselho geral da U.Porto é um novo órgão de supervisão da instituição, criado de acordo com o novo regulamento aprovado em 2009, em conformidade com a directrizes do RJIES. O órgão é composto por 23 membros: 12 representantes dos professores e investigadores, quatro representantes dos estudantes, um representante do pessoal não docente e não investigador e seis personalidades externas à U.Porto. Luís Portela é o presidente.

Confrontado com a possibilidade de concorrer contra figuras externas à UP, Marques dos Santos responde que não se trata de uma desvantagem, até porque “quem quer desempenhar a função tem de se empenhar para conhecer a realidade que se propõe liderar”.

O jornal “i” avançou, a semana passada, que se tratam de professores externos à universidade, nomeadamente “um de nacionalidade alemã, um do Reino Unido e outro do Brasil, radicado nos EUA”. A reitoria não confirma, no entanto, esta informação, remetendo o esclarecimento de mais pormenores para o momento em que terminar a avaliação das candidaturas, que será, “em princípio, no final desta semana”.

A possibilidade de serem eleitos para o cargo professores e investigadores de outras instituições de ensino universitário ou de investigação de fora do país surgiu em 2007, com o novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES). A Universidade de Lisboa foi a primeira a abrir um concurso internacional, em 2009, sem que nenhum estrangeiro se candidatasse. No início deste ano foi a vez da Universidade da Aveiro colocar esta hipótese, no entanto as quatro candidaturas estrangeiras não foram aceites por não reunirem os requisitos necessários.

“Sempre tive a ideia de me recandidatar”

As candidaturas estão de momento a ser analisadas pelo Conselho Geral da UP (ver Caixa), a fim de serem ou não homologadas de acordo com os requisitos estipulados. Por estar ainda a decorrer este processo, Marques dos Santos não quis adiantar pormenores da sua candidatura.

O actual reitor da UP revelou apenas que se recandidata por “entender que o projecto do mandato anterior ainda não está concluído”. “O meu projecto era para oito anos, por isso sempre tive a ideia de me recandidatar.”

Quanto ao mandato que agora termina, Marques dos Santos considera que “as coisas correram bem e a UP progrediu”. Há, contudo, outras acções que quer desenvolver, pelo que se disponibiliza “para continuar se a Universidade assim quiser”.

Segundo fonte da reitoria, o nome a assumir o cargo de reitor da UP nos próximos quatro anos deverá surgir no final do próximo mês. Até lá, serão analisados os projectos estratégicos apresentados pelos candidatos e serão feitas entrevistas pessoais com estes.