Foi um quadrado que deu o mote ao projecto de Sara Brysch que lhe valeu um dos cinco prémios SECIL Universidades Arquitectura 2009. “Depois comecei a fragmentá-lo e a desmembra-lo”, conta a estudante da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP). O trabalho estava inserido na disciplina “Projecto IV”, que Sara frequentou o ano passado, e consistia em projectar a Biblioteca Municipal de Vila Nova de Gaia.
A “simplicidade” é um dos pontos fulcrais do esboço porque, apesar de ser, também, uma das exigências do projecto, “é um equipamento que exige uma função bem determinada e bem organizada”. A forma aparece ligada à função pelo facto de se tratar de uma biblioteca. “Se fosse um museu, por exemplo, poder-se-ia pensar mais em termos de percurso e em termos de espaços mais desprovidos de função”, explica a estudante.
Para além disso, é um edifício divido em dois pisos, com “o piso de baixo relacionado com os serviços e a parte privada” e o andar de cima onde fica “o auditório, a livraria e a cafetaria” de um dos lados e, no outro, “parte da biblioteca em si, tanto juvenil como adulta”. No meio, lugar ainda para um pátio interior “que permitia tanto a iluminação, como a ventilação do edifício todo”.
O projecto que valeu o prémio demorou um ano a ser feito, acabando por ser, para a jovem estudante, um processo um pouco “sofrido”. “A forma não, porque partiu de uma concepção simples de organização espacial, mas precisei do ano todo para experimentar as várias hipóteses até chegar a esta”, explica Sara Brysch.
“Há sempre esperança lá no fundo”
Ganhar o prémio não estava nos planos de Sara Brysch, uma vez que “foram seleccionados projectos [da Faculdade de Arquitectura] que tiveram melhor nota”. Mas “há sempre esperança lá no fundo”, confessa a aluna da FAUP. Contudo, a arquitectura é uma área em que não se sabe o que esperar. “Como qualquer arte é muito subjectiva, depende muito de quem está a avaliar, de quem está a ver”, evidencia a estudante.
O Prémio SECIL Universidades, que é um galardão atribuído anualmente a estudantes de Escolas de Arquitectura e Engenharia Civil pela empresa portuguesa Secil, é motivo de “orgulho” para Sara e que “dá outra segurança ao trabalho” mas, no entanto, Sara duvida se fará a diferença no futuro. “Não sei se em termos profissionais me vai servir alguma coisa”, remata a estudante da Universidade do Porto.
Os outros quatro vencedores são estudantes de Universidades de Lisboa e Coimbra e do
Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE).