Depois de cinco dias de negociações, os conservadores avançaram para o poder. A inesperada demissão de ontem, terça-feira, de Gordon Brown, aceite pela rainha Isabel II, acelerou a corrida de David Cameron para o cargo de primeiro-ministro.

O líder trabalhista apercebeu-se que as conversações com os liberais democratas não estavam a prosperar e antecipou-se. Antes que fosse anunciado algum acordo entre “lib-dem” e “tories”, o ex-primeiro-ministro pediu a demissão à Rainha de Inglaterra.

Por volta das 20h30 de ontem, terça-feira, Isabel II convidava, formalmente, David Cameron para suceder ao cargo. No discurso de tomada de posse, o líder conservador e agora primeiro-ministro britânico disse acreditar, segundo divulga o “The Guardian“, que os melhores dias da Grã-Bretanha “ainda estão para chegar”.

Após 13 anos de domínio trabalhista, os conservadores voltaram assim a tomar conta do Parlamento. Mas desta vez não estão sozinhos. Dado que não alcançaram uma maioria absoluta nas eleições de quinta-feira, David Cameron vai partilhar cinco dos seus postos de destaque do gabinete do executivo com os liberais democratas.

Uma coligação para formar um governo “forte, estável e decente”

“Vai ser um trabalho duro e difícil. É uma coligação que vai enfrentará todo o tipo de desafios. Mas acredito que juntos podemos dar o governo forte e estável que nosso país necessita”, defendeu Cameron, durante o seu primeiro discurso como chefe do executivo, à chegada a Downing Street.

O líder conservador garantiu ainda estar disposto a superar as diferenças entre os dois partidos, para garantir um governo estável. “Eu quero formar uma coligação apropriada e plena entre os conservadores e os liberais democratas.” E acrescentou: “É a via correcta para proporcionar a este país um governo forte, estável, bom e decente como aquele que tanto precisamos.”

Tal como informa o “gabinete de imprensa de Downing Street“, Nick Clegg será o “número dois” do executivo de Cameron, ocupando o cargo de vice primeiro-ministro, que, contudo, ainda não está constitucionalizado. Os liberais democratas ocupam ainda outros quatro postos no gabinete do Governo.