Os conteúdos online e a Internet são os sectores em que se nota um maior optimismo em relação ao próximo ano. 95% dos inquiridos pelo Observatório de Comunicação (OberCom) acreditam que o consumo na Internet vai aumentar em 2011.

Tiago Lima, responsável pelo estudo “Barómetro Media e Comunicação: Tendências 2009/2010”, refere, em declarações ao JPN, que os media atravessam uma fase de mudança, nomeadamente no que respeita às “práticas de trabalho e ao papel da tecnologia”. Factores que, segundo explica, “acabam por beneficiar a Internet”. O responsável salienta, no entanto, que “não há certezas de que se verifique uma relação causa-efeito” entre estas questões e o optimismo manifestado em relação a 2011.

“Os outros meios têm sido prejudicados pela expansão da Internet”, acredita Tiago Lima, acrescentando, no entanto, que a Web também tem muitas vantagens, nomeadamente com a “democratização dos conteúdos”.

Os números do barómetro [PDF] que reúne os resultados obtidos com base num inquérito online feito a diversos meios de comunicação social, justificam estas afirmações. Quanto ao consumo, enquanto que 93.6% dos inquiridos considera que o consumo dos jornais digitais vai aumentar, 75.8% acha que diminuirá nos jornais pagos e 62.9% nos gratuitos.

Relativamente às receitas, as previsões seguem a mesma tendência: a Internet e as telecomunicações serão, segundo o estudo, os sectores que irão lucrar mais com os investimentos das empresas publicitárias, enquanto que na rádio e televisão as receitas devem manter-se, diminuindo na imprensa.

De acordo com o responsável, “nos media, a crise ainda foi ultrapassada”. “Estamos ainda num rescaldo da crise e toda a gente está a tentar compreender bem o terreno em que está a pisar”, diz Tiago Lima, acrescentando que, por isso mesmo, a “capacidade para apostar em novos produtos está a reduzir”.

Destaca-se ainda, nas previsões para 2011, uma inversão nas perspectivas em relação à televisão, quando se comparam os resultados deste ano com os do ano precedente. Em 2009, 67.5% dos inquiridos considerava a probabilidade de se assistir a um forte decréscimo nas receitas televisivas em 2010, enquanto que, para 2011, 41.9% dos inquiridos apontam um aumento nas receitas deste meio de comunicação.