A Tiflos (que significa invisual, em grego), uma associação de apoio a pessoas com necessidades especiais, foi criada há cerca de seis meses por Paulo Jesus, portador de uma doença que afecta os olhos (retinite vascular) e o impede de conseguir ler. Familiarizado com os problemas que afectam os invisuais, decidiu criar a Tifloteca, uma biblioteca que pretende dar a estas pessoas “acesso à cultura e à informação”, refere o fundador ao JPN.

A Tifloteca vai colocar à disposição “livros em texto e em formato daisy”, ou seja, “em que existe sincronização do áudio com o texto”, direccionados a invisuais. Paulo Jesus entende que este é “um bom projecto”, uma vez que “não existe nada do género a nível mundial”.

Angariação de financiamento

Prevê-se que o projecto arranque dia 3 de Dezembro, o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. Neste momento, a Tiflos está a tentar adquirir áudio-livros e financiamento através da loja de produtos doados na associação. O fundador adianta que também estão “à espera da resposta da SIC Esperança”, interessada em ajudar, que lhes “pediu orçamento”.

Mas os projectos ligados a pessoas com necessidades especiais não terminam por aqui. No futuro, a associação pretende entregar na Assembleia da República uma “petição para que as pessoas tetraplégicas, paraplégicas e crianças com dislexia possam aceder a alguns formatos”.

Outros projectos estão a ser desenvolvidos para ajudar “todas as pessoas com necessidades especiais, não só invisuais”. A Tiflo-Talentos consiste em colocar “online os livros de escritores invisuais, e não só, à venda para promover a divulgação”, a Tiflo-Solidariedade ajuda “famílias com deficiência com alimentação, roupas ou mobiliário” e a Tiflo-Massagens pretende “garantir o posto de trabalho a uma pessoa deficiente, promover o relaxamento e angariar também alguns fundos”, explica Paulo Jesus.