A ideia surgiu depois de uma “simulação semelhante apenas para os alunos do curso de Relações Internacionais” realizada no ano passado na Faculdade de Letras, explica Marília Cunha, membro da organização. O Model United Nations (UPMUN) abriu este ano as portas à Universidade do Porto, bem como a outras instituições de Ensino Superior naquela que foi considerada a “primeira edição” do evento. “Este ano foi um bocadinho no seguimento do ano passado, mas com mais meios”, afirma Marília.

Com o objectivo de simular a actividade das Nações Unidas, o UPMUN proporcionou aos participantes a possibilidade de “conhecer os mecanismos” da organização, bem como “aprender um pouco a negociar e mediar os conflitos” e a “pôr em prática o que os alunos têm aprendido ao longo do curso”. A “discussão dos temas da actualidade” também foi um dos objectivos da iniciativa, como explicou Marília Cunha.

Os oradores

No segundo dia de UPMUN 2010 a Faculdade de Letras recebeu Teresa Cierco, professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade da Beira Interior, que falou sobre a temática: “Kosovo: Uma ameaça à estabilidade europeia“.
Joana Aroso também discursou na iniciativa. A advogada colaboradora da JPAB, apresentou um trabalho de investigação acerca do tema: “A Democracia e o Medo: Reacções ao Terrorismo no Pós 11 de Setembro de 2001“.

De acordo com o membro da organização, o UPMUN pretendia ser “um palco” para os alunos “representarem os diplomatas e darem a sua opinião”. Isto porque cada participante estava responsável por representar um país-membro do Conselho de Segurança ou do Conselho Económico e Social da ONU. Desta forma, os alunos puderam “saber um pouco mais sobre o país” e, “se calhar, até perceberem que gostariam de uma carreira numa organização internacional”, refere a organizadora.

Evento “superou” as expectativas

“O Conselho de Segurança tem 15 membros e o Conselho Económico e Social tem 54, por isso a partida nunca podíamos passar dos 70 delegados”, explicou Marília. Apesar de não terem preenchido todos os lugares, a organizadora afirma que “superou em muito a edição do ano passado” em número de participantes.

Quanto à participação dos alunos nos debates em que tinham de representar o país que escolheram, Marília refere que “ao princípio foi um pouco tímida, mas superou também as expectativas”. No entanto, a organizadora não deixa de salientar que a data escolhida “não é a melhor” por ser o início da época de exames. “De qualquer das maneiras, houve uma grande adesão e muito interesse por parte dos estudantes”, sublinha.

Com o “balanço positivo” da iniciativa, Marília Cunha afirma que, para o futuro, o objectivo é “continuar com o evento”. “E, se calhar, daqui a alguns anos tornar isto uma conferência internacional, realizada em inglês” e “convidar outras universidades, outras instituições europeias ou de outros países” a participar, explica a organizadora. Para já, o importante é “criar o ‘bichinho’ nos alunos mais novo para que continuem com estas iniciativas”.