Começou em 1970 como assistente na área da Química Fisiológica. Actualmente, com 70 anos, José Luís Medina é director do departamento de Endocrinologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), onde deu hoje, terça-feira, a sua última aula enquanto professor catedrático da instituição.
Em dia de despedida, foram muitos os que aproveitaram para elogiar o trabalho do médico. “Todas as pessoas vieram dar-me um abraço, não só por amizade, mas também proferindo que tinham gostado de ser meus alunos”, afirmou o professor em declarações ao JPN. “Para mim foi uma retribuição fantástica.” Ao fim de 40 anos a trabalhar na FMUP, José Luís Medina diz que “sempre” gostou de “conviver com os alunos”. “A convivência com os alunos dá juventude”, referiu.
Quanto ao seu trabalho como docente afirma que procurou “oferecer aquilo que tinha de mais importante”: “não só a experiência clínica, mas também uma criação de conhecimentosâ€. Exemplos disso são as “chamadas de atenção” que teima em fazer para as “armadilhas da vida clínica”. “A experiência não vem nos livros”, frisou o professor.
Com um “balanço fortemente positivo” dos 40 anos passados ao serviço da FMUP, José Luís Medina refere que “aprendeu” com os alunos e também com os “colegas”. “Eu também tinha a minha actividade hospitalar e portanto foi uma vida muito cheia sob o ponto de vista profissional.” Como tal olha para o Hospital S. João como uma “casa” onde vive a sua “segunda família”. “Foi uma vida muito cheia de coisas boas, com períodos mais difíceis mas sempre olhando em frente”, relembra.
Numa última lição dedicada ao stress na vida quotidiana, o docente não conseguiu conter a emoção e, emocionado, agradeceu aos seus colegas de trabalho. “A minha equipa de stress”, disse, em homenagem aos seus colaboradores.
Apesar de ter leccionado pela última vez, José Luís Medina diz que vai continuar a participar em “actividades relacionadas com a faculdade”. “O próprio estatuto do docente, agora, permite que os professores que se reformem participem em júris académicos e que sejam orientadores.” Desta forma, o professor admite que vai continuar ligado à FMUP, até porque tem, “neste momento, quatro orientações de teses de doutoramento”. “Estou disponível para continuar a trabalhar”, afirma.
Para os futuros profissionais da medicina deixa a mensagem: “ter confiança no futuro, trabalhar para objectivos” e, sobretudo, “muito trabalho, muito trabalho”.