Realizou-se na segunda-feira uma Assembleia Extraordinária para discutir os resultados do Diagnóstico Social apresentado pela Universidade Católica em Março. A ideia partiu do Bloco de Esquerda (BE), Coligação Democrática Unitária (CDU) e Partido Socialista (PS), que apresentaram as suas recomendações para fazer frente à probreza, desemprego e exclusão social na cidade.

As recomendações da CDU e CDS/PP acabaram por ser aceites pela maioria PSD/CDS, em Assembleia Municipal. A CDU propôs a elaboração de um plano para fazer frente ao desemprego e apoiar as famílias mais carenciadas. Miguel Silva, deputado do CDU, considera que é necessários travar os “dois sérios problemas: pobreza e desemprego”, dizendo que o aumento dos desempregados é “proporcional ao desenvolvimento do crime”. No entanto, a recomendação da CDU só seria aceite após reformulação, pois a maioria CSD/PSD só aceitaria a moção caso o plano de emergência proposto fosse realizado pela Câmara Municipal do Porto (CMP) “conjuntamente com as demais instituições que integram os CLASP (Conselho Local de Acção Social do Porto)”.

O grupo municipal do CDS/PP incidiu a sua recomendação em projectos de “combate à pobreza e exclusão social”. A ideia passa por continuar e solidificar projectos desenvolvidos nas áreas da acção social, educação, cultura e ciência. As intervenções dos deputados do partido desresponsabilizaram a CMP, atribuindo culpas ao Governo central, concentrado nos problemas da capital.

Gabriela Queiroz, deputada do PSD, declarou que “o executivo está determinado” em tornar o Porto uma “cidade coesa e justa”. Deste forma, a CMP pediu a elaboração do diagnóstico social por considerar “necessário pedir ajuda” antes de intervir, afirma Paulo Rios Oliveira, deputado do PSD.

Paralelamente a estas recomendações, o BEe o PS também apresentaram ideias para dar solução aos problemas apresentados pelo Diagnóstico Social. O BE manifestou a ideia de criar um “programa de emergência de apoio aos desempregados e às famílias sobre-endividadas”. Segundo José Castro, deputado do bloco, a cidade está a sofrer com a doença política “que afecta os seus portadores”, chamando-lhe de “insensibilidade social”.

As propostas do PS, tanto a de incentivo à iniciativa empresária (onde está incluída a transformação do Matadouro Municipal numa incubadora de empresas), como a de fomento ao aumento da população residente no centro da cidade, foram reprovadas. O deputado do PS, Gustavo Pimenta, considera que a “função residencial da cidade vai-se dissipando”, em consequência da fraca oferta habitacional “a preços razoáveis”. Por isso, o partido apresentou recomendações de incentivo ao aumento da população residente na cidade, assim como de apoio às empresas, mas estas foram reprovadas em Assembleia Municipal.