“Oh mãe! O umbiguinho não é só para as cócegas” é o slogan que se pode ler no folheto informativo, pousado em cima do balcão da entrada do Centro de Histocompatibilidade do Norte (CHN).

“Já temos alguma adesão a este tipo de serviço e as pessoas fazem-no como um acto de solidariedade a pensar que um dia também podem precisar”, explica Elsa Moreira, técnica de laboratório, que afirma que, desde a abertura, o Lusocord tem sofrido um “crescimento exponencial”. E, acrescenta, “a probabilidade é que vá aumentando cada vez mais”.

De acordo com Helena Alves, directora do CHN, “os pais portugueses estão muito informados e antes de chegarem aqui já procuraram na Internet, já fizeram perguntas nos médicos de família, nas parteiras”. Apesar da responsável apontar para a existência de “uma série de informação prévia”, para Inês Portugal não partilha a mesma opinião. “Fala-se muito pouco do banco público”, afirma, a poucas semanas do parto.

Também Ana Faria, prestes a dar à luz, considera que, “ao nível do serviço público, há pouca divulgação”.

Maria Raquel Feiteira, também no final da gestação, afirma que “se não estivesse grávida” não tinha tido “conhecimento de outra forma: nem pelos meios de comunicação social, nem pela Internet”. A maior parte das mães toma conhecimento do Lusocord através dos médicos de família e do típico “passa a palavra”. Inês Portugal teve conhecimento das células estaminais “através de uma amiga que estava grávida”; já Ana faria tomou conhecimento com o obstetra.

Banco público ou banco privado?

Com pouca noção da existência do banco público de doação de células estaminais, muitos pais começam por procurar os bancos privados. “Inicialmente, quando não sabia da existência deste banco, estava a pensar ir para o privado”, afirma Inês Portugal.

A ausência de custos e a possibilidade de doação para outras pessoas que precisem são factores que pesam na hora de optar pelo privado ou pelo público. “Fiquei mais inclinada a doar para o banco público quando soube da possibilidade de doação e de utilização das células para outros fins”, diz Ana Faria. O facto de “não ter custos” foi, porém, o facto decisivo.

Quanto aos custos do banco privado as opiniões diferem. Para Inês Portugal, “é um exagero uma pessoa estar a pagar uma fortuna para as células, um dia, serem deitadas fora sem terem sido utilizadas”. No entanto Ana Faria tem uma visão diferente: “não acho que seja um investimento muito grande quando pensamos no sentido de estarem lá as células que podem eventualmente salvar o nosso filho ou um dos nossos filhos”. Mesmo assim a mãe reconhece que, “para as pessoas que vivem com mais dificuldades, mil euros é um investimento grande”.

Com uma informação crescente sobre o Lusocord, são cada vez mais os casais que procuram o banco público para a doação das células do cordão umbilical do bebé e, neste momento, o banco está a receber entre “20 a 25 kits” por dia, vindos de todo o país.