Portugal é conhecido pela época dos Descobrimentos, mas os tempos mudaram. Nos dias de hoje são os estrangeiros que querem descobrir Portugal. A Revolução de Abril de 1974 anunciou o início da liberdade, mas também o começo da imigração massiva para terras lusitanas.

De acordo com dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras [em PDF], na década de 80 houve um aumento de 8% de imigrantes em Portugal. Nos anos 90, a taxa de imigração cresceu 6,6%, sendo que se registou um aumento de imigrantes africanos e brasileiros.

A viragem de século fica marcada pela entrada de muitos imigrantes de Leste. Em 2008, Brasil, Ucrânia, Cabo Verde, Angola, Roménia e Moldávia representavam 71% da população estrangeira em Portugal. Contudo, há ainda outros países que começam a eleger Portugal. É o caso da comunidade turca, que já contabiliza 150 imigrantes residentes em todo o país.

A imigração no Porto

Em 2008, o Porto foi o quarto distrito com mais imigrantes (26 mil e 439 estrangeiros), tendo sido apenas ultrapassado por Lisboa, Faro e Setúbal. Camila Mauro, mediadora sócio-cultural do Centro Nacional de Apoio ao Imigrante (CNAI), apresenta uma razão para esta escolha: “Os imigrantes preferem o Porto porque as pessoas são mais abertas, genuínas e com bom coração.”

Os motivos para a saída dos seus países são variados, mas há um factor comum: todos ambicionam uma vida melhor. A mediadora explica que “a imigração é cíclica”, pois está relacionada com “razões económicas e com o clima social do país de origem”.

Barreiras à imigração

“A língua faz toda a diferença, é uma barreira muito difícil de ultrapassar.” A mediadora esclarece que “há comunidades que se inserem facilmente, porque são muito semelhantes”. É o caso dos imigrantes de Leste, que “aprendem muito facilmente” a Língua Portuguesa.

As barreiras físicas e culturais não são o único obstáculo à imigração. Em vários países, a legislação restringe a entrada de estrangeiros, mas, segundo Camila Mauro, “Portugal é o país mais flexível da União Europeia”.