De Leste para o Ocidente, o jovem ucraniano partiu à aventura apenas com uma mochila às costas. Há nove anos, Sérgio Galutsky chegou a Portugal em busca de novas experiências e aprendizagens.
A loja “Troika”, na Rua do Almada, deu-lhe uma oportunidade de emprego e ajudou a sua integração na Invicta. Os clientes são maioritariamente imigrantes e turistas, que procuram produtos de Leste ou simples lembranças portuguesas.
Dossier Minorias Étnicas:
Igualdade na minoria, desigualdade na etnia
Uma viagem de “casa às costas”
Uma aventura no Ocidente
Uma oportunidade para mudar de vida do outro lado do continente
“Tive alguma dificuldade para me integrar, mas a cultura é bastante parecida. As pessoas são muito simpáticas e ajudam sempre”, refere. Sérgio Galutsky considera que, quanto mais jovem for o imigrante, mais facilidade tem de se adaptar à vida noutro país. O truque, diz, “é falar e conviver sempre com um português”.
O imigrante ucraniano é apaixonado pelas tradições portuguesas e participa sempre no S. João e nas romarias do Porto. Actualmente, não integra nenhuma associação de Leste porque “não precisa” e não pensa regressar à Ucrânia.
Intercâmbio de culturas
A “Kalina”, única associação no Porto para emigrantes de Leste, foi criada há dois anos. Conta com doze nacionalidades e cerca de mil imigrantes, que são, na sua maioria, ucranianos.
Alina Dudcó, presidente da associação, saiu da Moldávia há dez anos. Apesar de a maior comunidade de moldavos estar em Lisboa, Alina escolheu o Porto para a criar a associação, porque, “no Norte, as pessoas são mais carinhosas e simpáticas”.
A Kalina oferece aulas de russo para portugueses e realiza cerca de sete espectáculos culturais por ano, onde são também integrados grupos nacionais. “Isto é intercâmbio cultural”, refere Alina, que já considera Portugal a “sua casa”.
A vontade de dinamizar é muita, mas a associação enfrenta um problema. “Há pouco apoio institucional e local. Está todo em Lisboa e aqui precisávamos de mais”, revela.
Apesar dos vários pedidos à Câmara Municipal do Porto (CMP), a Kalina ainda não dispõe de uma sede própria. “É triste. A Câmara Municipal do Porto não ajuda ninguém”, confessa Alina. O JPN tentou contactar a CMP acerca dos pedidos da associação para a obtenção de um espaço para a sede, mas não obteve resposta.