Richard Kelly volta às salas de cinema com “The Box – Presente de Morte”, depois de ter realizado apenas dois filmes em toda a sua carreira: “Donnie Darko” e “Southland Tales”. Um regresso que se situa algures entre o drama de suspense e terror psicológico e um thriller de ficção-cientifica.

Kelly trouxe para o cinema o conto “Button, Button”, de Richard Matheson, que também foi adaptado para um episódio da série “Twilight Zone “nos anos 80. O filme apresenta-nos Norma (Cameron Diaz) e Arthur Lewis (James Mardsen), um típico casal que vive nos subúrbios da Vírgina, em 1976, e que de repente é confrontado com uma escolha bizarra.

Uma caixa deixada de noite à porta de sua casa oferece a possibilidade de ganharem, 1 milhão de dólares. Para isso, só precisam de carregar no botão vermelho. O contra é que, se carregarem, um ser humano desconhecido terá de inevitavelmente morrer.

Com esta proposta, aparentemente fácil, inicia-se uma caminhada que nos leva a percorrer os sinuosos caminhos entre a ganância humana e o sentido daquilo que devem ser os comportamentos éticos. “The Box” mantém-nos ligados até final, é certo, mas acaba por nos confundir, perdidos em explicações desnecessárias sobre a vida do vilão (Mr. Steward) e ficção científica duvidosa.

Embora sinistro, por vezes confuso, e um tanto ou quanto exagerado na vertente “fantástica”, “The Box” merece ser visto, sobretudo pelos apaixonados em deixar-se envolver numa narrativa lenta de drama psicológico. E se mais não fosse, merece que o vejamos porque não deixa de ser uma visão cínica da sociedade egoísta que, mais tarde ou mais cedo, acaba sempre por “pagar” a factura dessa conduta.