A proposta de lei que pretende alterar o sistema de pensões , impondo, entre outras coisas, o aumento da idade de reforma dos 60 para 62 anos, continua a encontrar resistência por parte da maioria dos cidadãos franceses. Nicolas Sarkozy já apelou ao Senado para acelerar a aprovação, pelo que a situação poderá atingir o seu fim na próxima semana. No entanto, os sindicatos já divulgaram novas jornadas de luta: a 28 de Outubro e 6 de Novembro.

Os protestos ganham novas proporções a cada dia. A indignação generalizada do povo francês instaura um clima de incertezas sobre o futuro do país. As pessoas receiam perder qualidade de vida, um direito conquistado ao longo dos anos. É uma situação generalizada, em que até os mais jovens saem às ruas apelando à defesa da dignidade, como referem as faixas e cartazes erguidos nas manifestações.

O JPN esteve em Paris no início desta semana (de 17 a 20 de Outubro) e presenciou uma parte dos tumultos e manifestações que têm cercado a sociedade francesa, nomeadamente a greve geral de dia 19. Enquanto que as forças policiais tentam conter os protestos, o governo esforça-se por apaziguar a agitação com comunicados oficiais que divulgam as medidas de punição aos grevistas.

O ministro da Indústria, Christian Estrosi, anunciou que cerca de um quarto dos 12 mil e 500 postos de gasolina franceses ainda estão sem combustível. Catorze depósitos de combustíveis
continuam bloqueados pela acção dos grevistas.

Em Marselha, manifestantes bloquearam os acessos ao aeroporto. Na cidade já praticamente não circulam transportes. O porto foi bloqueado e o lixo acumula-se nas ruas devido à greve no serviço de recolha.