Um excepcional naipe de jogadores, técnica e tacticamente muito evoluídos, um estilo e uma filosofia de jogo assentes em processos simples mas eficazes, manobras individuais e colectivas explosivas, um exímio controlo da bola e das posições em campo. Tudo isto faz do Barcelona uma equipa que vai ficar na história do futebol mundial.

Tal como o Ajax do final dos anos 60 começo dos 70, comandado pelo general Rinus Michaels que implantou o que viria a ser conhecido como “futebol-total”, onde todos atacavam e todos defendiam, onde ninguém tinha posições fixas. Nasceu, nessa altura, o sistema de jogo que foi denominado de carrossel, nasceram jogadores fantásticos como Cruijff, Neeskans, Krol ou Rep.

Também o Liverpool de Bob Paisley tem o seu nome gravado na história mais recente do futebol. Com um inigualável estilo consubstanciado na força física, na eficácia e nos longos e bem direccionados passes, os “reds” de Anfield dominaram o cenário internacional nos anos 70/80. Foi o tempo de jogadores memoráveis como Keegan, Dalglish, Rush, Toschak e tantos outros.

O Milan, do final dos anos 80, liderado por Arrigo Sacchi, entrou igualmente para a história revolucionando o futebol italiano. Sacchi trocou o antigo sistema de jogo transalpino, o chamado “catenaccio”, que era extremamente defensivo, apostando num sistema de “4x4x2”, um tipo de jogo que na altura era impensável ser desenvolvido em equipas italianas. Com ênfase no contra-ataque, que até hoje é visto como referência pelos treinadores que o sucederam na selecção italiana. A troika holandesa formada por Van Basten, Gullit e Rijkaard tornou o Milan numa equipa praticamente imbatível.

Nestas três equipas há um denominador comum: classe. E em todas elas um jogador-chave: Cruijff no Ajax, Keegan no Liverpool e Van Basten no Milan.

No Barcelona de 2010 há uma figura que emerge das demais: Lionel Messi, um canhoto baixo e desengonçado, que na juventude teve problemas hormonais, mas que é, na actualidade, o mais temido atacante que circula nos campos do Planeta Terra. É Messi quem faz circular o Barcelona. É Messi quem inventa jogadas de golo. É Messi, o pivot e a estrela mais cintilante de uma equipa sem pontos fracos, uma equipa que está a deixar, de forma vincada, a sua marca na história do futebol.