Gráficos de alta-definição, sensores de movimento, efeitos 3D. Com estes atributos, dificilmente alguém não gostará de estar envolvido no actual mundo dos videojogos. Tudo isto pode ser encontrado numa qualquer loja especializada nos centros comerciais. Mas se nos bater a saudade e quisermos voltar a jogar numa consola Mega Drive ou recordar os jogos retro de uma Nintendo Entertainment System (NES), só existe uma solução: a Press Play.

Ao entrar nas Galerias D. Henrique, na Rua do Bonjardim, vêem-se ao longe, como que ao fundo de um túnel, várias luzes: as dos letreiros da loja, em que se lêem as palavras “coleccionismo”, “videojogos”, “Press Play“. Até conseguimos distinguir o inconfundível Sonic numa das duas televisões. Só pode ser aqui. Antes de entrar, surpreende perto da porta uma bela silhueta feminina. Tentador? Pena não ser real. É a Lara Croft.

Dentro da Press Play

Entrar na Press Play é um feito significativo, na medida em que é um pouco difícil encontrá-la. “O objectivo é mesmo esse!”, diz Miguel Stuart, um dos proprietários da loja. O facto de a Press Play não estar à face da rua ajuda a que apenas as pessoas que a procuram verdadeiramente a encontrem, refere o responsável.

São os que ficam clientes e entram logo para a família. Sim, porque os proprietários da loja são, literalmente, uma família: os irmãos Stuart (Diogo – na imagem – e Miguel) e a mãe Margarida. Esta particularidade traz para a Press Play alguns hábitos caseiros, mas para Diogo Stuart a familiaridade da loja é um “orgulho”.

No início, a Press Play “era uma mesa, um candeeiro, uma câmara fotográfica e o eBay”, refere Diogo Stuart, que desde cedo começou a coleccionar tudo o que fizesse parte da indústria dos videojogos. A criação do espaço físico, em Janeiro de 2010, foi o passo seguinte. Agora é um sonho concretizado, diz Diogo, que apresenta a loja como um museu de videojogos.

Por todo o espaço estão dispostas consolas que fizeram parte da infância de muitos portugueses e outras que até os proprietários da Press Play lamentam ter de vender. É o caso da NES em perfeito estado. “Aquela NES está tão linda! Eu não quero que ela vá embora!”, angustia-se Margarida. “Quando se tem uma loja destas, temos que deixar de coleccionar”, lamenta o filho Diogo. Mas mais irónica se torna a situação quando Stuart diz que, desde que tem a loja, joga menos. Ossos do ofício.

A casa fica completa com alguns sofás e bancos, posicionados em frente a vários televisores e consolas. Ao contrário de outros espaços comerciais, a Press Play deixa os seus visitantes experimentarem todos os jogos e consolas existentes na loja, característica evidenciada por Miguel Stuart.

Ainda que a Press Play esteja focada no coleccionismo, não existe discriminação de gerações de consolas, nem tão pouco de clientes. A um canto, descobrimos uma Nintendo Wii que faz as delícias de quem passa pela loja. Bem perto está uma arcade, máquina emblemática da Press Play.