Em 2010 registaram-se 950 desastres naturais, número que supera a média registada na última década de 785 catástrofes por ano. A avaliação é avançada pela seguradora alemã Munich Re que contabiliza as consequências: 295 mil mortos, milhares de desaparecidos e desalojados e quase 100 mil milhões de euros em estragos.

Grande percentagem destes números registaram-se no primeiro grande desastre natural do ano, o sismo no Haiti, a 12 Janeiro. Foi um abalo de 7,3 na escala de Richter, cujas contas rondam os 230 mil mortos e 1,5 milhões de desalojados. Recorde-se que o epicentro deste sismo situou-se 50 quilómetros da capital, Port-au-Prince.

Mais intenso foi o terramoto de 8,8 na escala de Richter ocorrido no Chile, a 27 de Fevereiro. Foi de tal modo forte que seguiu-se um tsunami. Morreram mais de 700 pessoas. Mais tarde veio a público um anúncio da NASA que dava conta de uma alteração do eixo da Terra, que foi rapidamente desmentido por uma equipa de cientistas alemães.

No dia 13 de Abril mais um sismo foi notícia por todo o mundo, agora na China. Morreram cerca de 2.700 pessoas e outras dez mil ficaram feridas. Mais tarde a China veio a ser devastada pelas cheias, com maior incidência no Sudeste chinês. Morreram 4.200 pessoas e mais de dois milhões de habitações foram destruídas.

O Verão de 2010 ficou marcado pela vaga de calor que assolou a Rússia que provocou 56 mil mortos. Arderam mais de duzentos mil hectares de floresta. Por esta altura, no Paquistão, fortes cheias vitimaram quase 1.800 pessoas.

A tempestada Xynthia na Europa, os furacões sobre a América Central e América do Norte, a forte erupção do vulcão Merapi (Indonésia), foram outros desastres naturais que marcaram o ano passado.

Noticiada em todo o mundo, mas não incluida nesta avaliação da Munich Re, foi a intempérie de 20 de Fevereiro, na Madeira, em que morreram 42 pessoas.

Enormes prejuízos humanos e materiais deixaram a sua marca no ano de 2010. Há 27 anos que não havia tanta destruição provocada pela Natureza no mundo inteiro. 1983, o ano mais catastrófico dos últimos vinte anos, foi marcado pelo intenso período de seca na Etiópia que originou 300 mil mortos.