A República Democrática do Congo (RDC), antigo Zaire, tornou-se independente da Bélgica em 1960. Desde então, a RDC mal conheceu a paz. Corria o ano de 1998 quando rebentou um conflito que envolveu vários países vizinhos: Ruanda, Uganda, Angola, Namíbia e Zimbabué. Estima-se que tenham morrido mais de quatro milhões de pessoas numa guerra que terminou oficialmente em 2003.

O país vive actualmente uma das piores crises humanitárias de sempre. É considerado um dos mais pobres do mundo: 80% da população vive numa situação de pobreza extrema. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), todos os dias há 120 mil congoleses que abandonam as suas casas para escapar à guerra.

A região do Kivu, no leste do país, é uma das mais perigosas e onde há mais instabilidade. Cerca de 200 mil mulheres foram violadas desde o início deste conflito, acrescenta a ONU.

Num documento redigido por vários grupos políticos do Parlamento Europeu lê-se que, no Congo, as leis são quase inexistentes, sobretudo nas regiões leste do país. No mesmo documento, sublinha-se que as violações não são apenas perpetradas pelas Forças Democráticas da Libertação do Ruanda, mas também pelos militares da RDC, assim como pela polícia congolesa, civis e pelas tropas do Uganda.