O vereador da Protecção Civil, Controlo Interno e Fiscalização, Manuel Sampaio Pimentel, anunciou ontem, terça-feira, o início do processo efectivo de reabilitação do Bom Sucesso. A escritura de transmissão do direito de superfície foi assinada com a Mercado Urbano, subsidiária da construtora Eusébios & Filhos, SA. Sampaio Pimentel considera ser este “um passo decisivo para a concretização de um compromisso que o executivo tinha com a cidade”.

O projecto urbanístico para a reabilitação do mercado deverá ser entregue na Câmara Municipal do Porto (CMP) já nos próximos meses, tendo em conta os prazos legais, seguindo-se um período de nove meses a um ano para a emissão do alvará de construção. O vereador da CMP assegura que o edifício reabilitado estará pronto “no último trimestre de 2013”, depois de terminadas as obras que deverão durar até 18 meses.

Todas as alterações no mercado, que já se encontra em vias de classificação como imóvel de interesse público, irão manter intacta a estrutura exterior. Sampaio Pimentel salienta que a selecção dos projectos a concurso foi feita com unanimidade por um júri que incluiu o arquitecto Amândio Dias, da Direcção Geral de Cultura do Norte (DGCN). A DGCN terá, também, uma palavra na aprovação do projecto final, devido à protecção legal que mantém sobre o edifício.

As mudanças no mercado

Haverá lugar para apenas 44 espaços de comércio no novo projecto, inseridos numa área destinado ao “mercado tradicional de altíssima qualidade”. O projecto da Eusébios traz ao interior da estrutura do Bom Sucesso “um hotel low cost temático” e um espaço de escritórios, assim como uma zona de estacionamento “de apoio ao hotel” e outra na parte sul, onde se situa a antiga zona de venda de peixe.

Apesar de, segundo Sampaio Pimentel, não haver quaisquer obrigações legais quanto a isso, a CMP vai disponibilizar uma verba de cerca de dois milhões de euros para negociações com os actuais ocupantes. Durante a intervenção, os comerciantes do Mercado do Bom Sucesso poderão ocupar um espaço provisório, ainda não definido.

Reacções da CMP

Manuel Sampaio Pimentel afirma que a demora na assinatura do contrato se deveu à situação económica difícil do país, que dificultava os apoios a um projecto de grande investimento, desmentindo, assim, a informação de que a assinatura do contrato não se tinha realizado por dificuldades financeiras da Eusébios.

Em representação da construtora bracarense, José Moura afirma que a Eusébios está a “angariar vários parceiros neste negócio”, para a “exploração e investimento hoteleiro” e também na “exploração do edifício de escritórios”. O investimento na reabilitação do edifício está estimado em dez milhões de euros.

O vereador Sampaio Pimentel aproveitou, ainda, a conferência para reprovar alguns órgãos de comunicação social pelas informações incorrectas que foram lançadas nas últimas semanas e pelas críticas ao executivo da CMP, que considera poderem, agora, ser rectificadas.

Notícia corrigida às 22h04.