Foi ontem, terça-feira, apresentado o programa final da edição 2011 do Fantasporto. As novidades adiantadas há um mês atrás ganham, agora, consistência, caindo por terra, ao mesmo tempo, alguns desejos da organização.

A falta de verbas, num ano em que “a crise serve de desculpa para tudo”, não permitiu, por exemplo, a presença de Hillary Swank. Segundo adianta Mário Dorminsky, a protagonista de “The Resident”, filme que abre o certame, queria estar presente, mas, para tal, teria de trazer “a cabeleireira pessoal”. Ora, sendo que “uma viagem entre Los Angeles e o Porto, em primeira classe, custa 15 mil euros”, a vontade teve de ficar por terra.

Na falta de nomes “sonantes”, o Fantas conta com diversas “forças” do cinema que serão “eventualmente nomes conhecidos no futuro” e que vão passar pelo Rivoli entre os dias 21 de Fevereiro e 6 de Março. Do estrangeiro, o destaque vai para Srdjan Spasojevic, o realizador polémico de “A Serbian Film”, por exemplo. Da “praça” nacional, Paulo Trancoso, João Costa Menezes e Maria de Medeiros são alguns dos confirmados.

A não esquecer, também, a presença de diversos artistas plásticos, representados nos filmes realizados em parceria com a Universidade do Porto e Universidade Católica Portuguesa. São os casos de, por exemplo, Júlio Resende, Pedro Tudela ou Agostinho Santos.

O cinema português, visto pelos olhos dos outros

Beatriz Pacheco, directora do Fantasporto, adiantou, nesta conferência, que um representante do International Film Guide e outro da Variety estarão presentes e vão debater o cinema português, “como ele pode melhorar e como ele é visto do exterior”. Isto porque “sabemos que o cinema português não é atractivo comercialmente”, mas falta perceber porquê.

Esta é apenas mais uma forma de potenciar o que se faz por cá, que vai de encontro à vontade da organização de “espevitar a qualidade do cinema português representado no Fantasporto”. Surge inserida numa edição que dá especial primazia ao que se produz em Portugal neste momento e onde, pela primeira vez, o Fantasporto tem um papel activo na “criação de filmes”.

Num ano de crise, “poupou-se em tudo, menos na qualidade”, assegura Dorminsky. “Não vão sentir diferença absolutamente nenhuma entre este Fantasporto e edições anteriores, pelo contrário”, garante.