Recheada de alfarrabistas, galerias, ateliês de design e lojas alternativas, a Baixa do Porto está a viver uma vibração cultural muito intensa. Para ler um livro ou simplesmente conversar, os cafés mais clássicos ou mais alternativos estão por todo o lado.
O JPN elegeu dez cafés entre os mais emblemáticos da Baixa do Porto como uma sugestão, por exemplo, para este fim-de-semana.
A meio da Rua da Boavista, o Magnus Coffe dá-se a conhecer através de grandes montras transparentes. Abre-nos, assim, um espaço amplo, mas muito acolhedor, com uma decoração muito ao estilo do famoso Starbucks. As duas salas ficam repletas com facilidade, principalmente por jovens que ali estudam ou fazem trabalhos de grupo. O Magnus disponibiliza internet sem-fios e vários exemplares da imprensa diária. Seja qual for a actividade, o ideal é apurar o paladar com as especialidades da casa: os capuccinos e os scones.
Há oito anos que a Rota do Chá está na Rua Miguel Bombarda, aquela que é uma verdadeira “rua dos artistas”. O proprietário estaria na Hungria, numa casa de chá, quando pensou que seria interessante criar uma réplica no Porto. Ao entrarmos na Rota do Chá é impossível não mergulharmos na cultura oriental que preenche o espaço. A maioria dos chás custam 2,5 euros e a música jazz, que se ouve baixinho, convida a conversas durante horas.
Está com pressa e quer para tomar um café ou procura sossego para passar a tarde a ler uma revista ou um livro? O Doce Ritual é uma escolha sempre agradável. Muito confinado, este café oferece um ambiente semelhante ao de uma sala de estar caseira, não dispensando um sofá num canto dedicado à leitura. Escondido na Rua da Torrinha, é um achado sempre pronto a ser descoberto.
Um pouco mais à frente, entre sapatarias e lojas de bijuteria, encontramos o café Vera Cruz, na Rua de Cedofeita. O conceito já não é novo, mas o proprietário, Eládio Ferreira, insiste em dizer que “não é apenas um café, mas um espaço agradável”. Toda a decoração apela ao calor dos países produtores de café que, a par do chá, é uma das especialidades da casa. Com vista para a agitada Cedofeita, este é um dos cafés favoritos dos muitos jovens das escolas e universidades das redondezas.
O antigo torna-se novo
Mais alguns passos, viramos para a Travessa de Cedofeita, onde se situa a Casa de Ló. Ao ser recuperada, a mítica Casa Margaridense não deixou de manter a venda do famoso bolo, assim como de outros produtos caseiros. Durante o dia, um café, à noite, um dos bares mais frequentados pelos jovens do Porto. A decoração, que mistura elementos retro com outros mais futuristas, combinada com sons discretos de indie pop, convida a dois dedos de conversa com um chá aromatizado.
Se subirmos mais um pouco, encontramos, na Rua da Conceição, o café Candelabro. Talvez por ter sido criado no espaço de um antigo alfarrabista, e por estar recheado de livros nas montras e prateleiras, é muitas vezes chamado de “café dos escritores”. Mariana Lemos, uma das colaboradoras, define o público mais frequente como “muito heterogéneo”, com pessoas “de diferentes géneros e estilos”.
No Largo do Moinho de Vento localiza-se um verdadeiro marco da cidade do Porto: o Café Progresso. Já conta com 111 anos, mas, em 2005, uma remodelação lançou-o para a modernidade, mantendo, ainda assim, alguns dos aspectos mais clássicos. Cheio de luz e de gente, o Progresso respira vida e movimento, podendo dar lugar a longas sessões de estudo ou de leitura ou a lanches animados com os amigos.
Aberto o ano passado, depois de um longo encerramento de dez anos, o Café Luso volta a dar vida à Praça Carlos Alberto. Já com 75 anos, o café onde um dia esteve Humberto Delgado, dá o ar de sua graça com espaço muito amplo, cheio de luz natural, decorado de forma simples e algo tradicional. Mais frequentado ao fim da manhã para almoço, o Café Luso não deixa de ser um espaço muito agradável para tomar um café ou comer um bolo.
Na Rua Galeria de Paris mora o café homónimo. Do antigo armazém de tecidos ficaram os longos balcões e as estantes altíssimas, que ocupam paredes inteiras com objectos vintage, desde brinquedos a frascos, caixas e um sem número de maquinetas. A fraca iluminação e a música lounge tornam a Galeria de Paris num espaço muito íntimo e reconfortante. Muito conhecida pelos seus pequenos-almoços a 1,50 euros, o espaço brinda-nos também com almoços a 5 euros e com jantares à luz das velas por 10 euros.
Descendo para a Avenida dos Aliados, encontramos o elegante Casal Lounge. Inaugurado há menos de um ano, segue, segundo a proprietária, Luísa Casal Ribeiro, num “conceito de conforto e bem-estar, desde manhã até à noite”, reunindo, no mesmo espaço, um café, uma pastelaria, um bar e um restaurante. O preto, o vermelho e o branco marcam o local e um enorme lustre de cristal torna-se o centro de tudo. Mais orientado para uma classe média-alta, o Casal Lounge é um óptimo retiro da agitação das ruas do Porto.