A escritora Inês Pedrosa é um dos nomes presentes no evento Correntes d’Escritas, a decorrer na Póvoa de Varzim. A escritora, que respondeu em directo às questões colocadas pelos leitores do JPN nas redes sociais, falou da experiência “enriquecedora” que tem sido este evento ao longo dos anos, uma iniciativa que tem um ambiente “especial”.
Acompanhe o Correntes d’Escritas com o JPN
O JPN vai estar presente no Correntes D’Escritas de 2011, encontro de escritores de expressão ibérica que decorre na Póvoa do Varzim de 23 a 26 de Fevereiro. Acompanhe os principais momentos do evento, através do Facebook e do Twitter do JornalismoPortoNet.
Contudo, o jornalismo não foi descurado, profissão por onde começou o seu percurso. Inês Pedrosa tirou o curso de Comunicação Social na Universidade Nova de Lisboa e enveredou pelo jornalismo cultural, tendo estagiado no órgão de comunicação “O Jornal”. O pai da autora queria que seguisse Direito, mas foi a vontade de estar mais perto da escrita que a levou à redacção de notícias. Demorou três anos a escrever o seu primeiro livro e começou apenas a escrever crónicas, para o semanário Expresso, de modo a poder dedicar-se à literatura.
Em relação ao jornalismo, Inês Pedrosa fala, agora, com algum desencanto. “Hoje em dia há muito pouco espaço para o jornalismo escrito interessante”, entende. O jornalismo está “muito rendido às imagens” e “muito menos interessante do que era”. “O jornalismo está a passar por uma crise muito grande”, refere.
A crise existe. Contudo, existem também inúmeros jovens a querer seguir esta profissão ou já com o percurso escolhido, mas sem propostas na área. “Não desistam”, aconselhou a autora. “A qualidade acaba por vir à tona e por ser recompensada”, insistiu, confessando que ela própria esteve um ano a estagiar n’ “O jornal” até conseguir arranjar trabalho.
Escritora em contacto com jovens no Correntes d’Escritas
A autora do romance “Fazes-me falta” esteve na tarde de quarta-feira a responder às questões de alunos do 9.º e do 10.º ano do Colégio das Terras de Santa Maria, de Santa Maria da Feira.
Não faltaram curiosos a fazer perguntas a Inês Pedrosa e também não faltaram as respostas, que satisfizeram a curiosidade dos jovens estudantes que a escutavam no Diana Bar. Na sessão, a responsável pela obra “Os Íntimos” falou do seu percurso, pois “carreira” disse em resposta, “é só para os autocarros”. Contou como começou com o jornalismo cultural, falou das suas crónicas no semanário Expresso e descreveu as histórias por detrás dos livros.
No futuro, a romancista pretende continuar a enveredar por projectos de programação cultural e educação. Quanto à literatura, Inês Pedrosa já começou a escrever um novo romance, ligado à identidade e revelou querer publicar, até ao final do ano, um livro de poesia.