Na sessão de encerramento da 31.ª edição do Fantasporto, que decorreu no sábado no Rivoli, o director do festival, Mário Dorminsky, teceu críticas ao Governo, afirmando que o festival substituiu o poder central e local ao fazer “serviço público” sem grandes apoios: “Existiu um desinvestimento no festival da parte do Estado e da autarquia em mais de 120 mil euros, o que representa uma quebra de cerca de 40% relativa a 2010.”
Dorminsky criticou a falta de investimento na cultura fora de Lisboa, defendendo que o Ministério da Cultura “deveria ser um departamento do Ministério da Economia” para assim “trabalharem em conjunto”. “Culture and Tourism must hold hands” [Cultura e Turismo devem dar as mãos], enfatizou.
Houve ainda espaço para queixas em relação à comunicação social, que, segundo o director do “Fantas”, relegou as notícias sobre o certame às páginas de Local, não lhes atribuindo grande importância. Em tom irónico, Dorminsky pediu “desculpas por não ter havido um incêndio ou mortes no Rivoli”.
Paulo Trancoso e Maria de Medeiros homenageados
A cerimónia de encerramento do Fantasporto teve início com a entrega de prémios do festival, com destaque para o grande vencedor, “Two Eyes Staring”, de Elbert van Strien, e os homenageados que subiram ao palco: o produtor Paulo Trancoso e a actriz Maria de Medeiros. Uma nota ainda para “A Serbian Film”, de Srdjan Spasojevic, que recebeu o prémio especial do júri.
A sessão de encerramento terminou com o filme “Season of the Witch”, de Dominic Sena, que estreia esta semana em Portugal – mais uma cedência do festival a filmes comerciais. Seguiu-se mais uma edição do Baile dos Vampiros no Teatro Sá da Bandeira.