Para Luísa Reis, o dia da mulher deste ano tem um “significado diferente”. A recente promulgação da Lei de Identidade de Género possibilita, como explica a fundadora do Grupo de Intervenção e Reflexão sobre Transexualidade (GRIT), que “muitas mulheres transexuais tenham finalmente um Cartão de Cidadão que as reconhece como isso mesmo – mulheres”.

“A partir deste momento, passamos a existir”, evidencia a activista e transexual. Luísa participou no processo legislativo que levou à criação da legislação, que permite alterar o nome e a identidade sexual dos transexuais no registo civil.

Apesar da lei ainda não estar em vigor, o dia 8 de Março de 2011 tem um significado diferente para estas mulheres que, anteriormente, não sentiam o “reconhecimento da própria identidade enquanto mulheres”, explica. Luísa relembra que o seu trabalho na luta pelo reconhecimento e discriminação dos transexuais está longe do fim, pois “ainda há outros direitos para conquistar, como legislação que proteja as pessoas transexuais da discriminação a nível laboral, no acesso a bens e serviços, na educação e dos crimes de ódio”.

Luísa participa no movimento de defesa dos direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero (LGBT), contudo diz sentir discriminação na luta por estes direitos. “As nossas vozes e esforço são muitas vezes apagados ou secundarizados”, esclarece.