“País à Rasca”. Vai ser este o slogan da manifestação que vai tomar as ruas de Portugal (e não só) no sábado. Mais do que um protesto geracional, o movimento da Geração à Rasca pretende tornar-se num protesto nacional. “Geração à rasca é um nome discutível. Uma das faixas da manifestação vai dizer ‘País à Rasca’ e para o movimento parece o nome ideal”, adiantou João Moreira, um dos membros mais activistas do movimento no Porto.

“É estranho estar a discutir a precariedade do trabalho numa universidade”, afirmou um dos jovens presentes num plenário de estudantes “à rasca”, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP). Mas foi, de facto, o que aconteceu na quinta-feira. Num anfiteatro com muitos lugares vazios, os representantes do movimento explicaram os motivos do protesto e voltaram a reforçar a necessidade de luta pela dignidade do trabalho e contra a precariedade. “A dignidade da pessoa é demasiado cara para o mercado, mas a precariedade não é uma fatalidade”, afirma João Moreira.

E acrescenta: “A falácia do empreendedorismo é uma falácia que tem de ser combatida”. “Estamos numa economia recessiva, e quando não é recessiva cresce pouco. Euma economia deste tipo não é uma economia onde se possa ser empreeendedor”, esclarece.
Embora a maioria dos presentes fosse favorável à manifestação, houve quem criticasse o movimento por sofrer de um vazio ideológico, argumentando que a maioria das pessoas que vai sair à rua não tem verdadeira consciência da situação real.

Porém, os oradores contrapuseram esta posição, afirmando que “se não houvesse esta manifestação, haveria tanto debate e tanta gente a procurar respostas para a saída da crise”, sendo a manifestação uma forma de consciencializar as pessoas.

“As pessoas têm que participar, têm que dar a sua opinião. As propostas concretas surgirão do movimento”, argumenta João Moreira. Após a manifestação, vai haver uma reunião para fazer um balanço.