Ana Tavares, estudante da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, criou um roteiro em Braille, Relevo e Texto Ampliado do Museu da Região Flaviense, em Chaves. Nas páginas que compõem a obra, Ana Tavares propõe um percurso pelo museu, cujas peças em exposição são identificadas e descritas.

Esta iniciativa foi acolhida pela Câmara Municipal de Chaves (CMC), que, entretanto, mandou imprimir dez exemplares do roteiro. Os exemplares ficarão ao dispor dos visitantes na recepção do museu.

A jovem diz que “o roteiro é só o primeiro passo” e que “é preciso muito mais”, nomeadamente ser “completado com áudio-guia”, algo que “era impossível desenvolver num só mês”, algo que a motiva a continuar com a ideia. Até lá, o roteiro pelo museu “tem que ser acompanhado por uma pessoa”, refere.

O projecto insere-se na investigação “A escuridão nos museus – Acessibilidade para pessoas invisuais”, que a jovem está a desenvolver no âmbito do último ano da licenciatura em Turismo.

O objectivo da estudante é perceber se os museus nacionais estão, em termos estruturais, preparados para receber cegos. Para além disso é também importante perceber quais as “actividades que são oferecidas por esses museus, caso de roteiros ou áudio guias e a disponibilidade que existe” pelos próprios museus. Em Portugal, existem cerca de 700 museus, pelo que a amostra da investigação foi restringida “a apenas 131 museus da rede portuguesa”.

Luís Almeida, presidente da Delegação do Porto da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal, ao JPN, não fala directamente da iniciativa, mas entende que todos os “projectos devem ser o mais inclusivos possível”, de acordo com o objectivo da ACAPO, que é o de dar resposta ao lema “todos iguais, todos diferentes”.