Abriu no Porto o primeiro bar dedicado a homossexuais de barba e peludos, a todos os que preservam a imagem masculina do pêlo e da gordura abdominal. O projecto surgiu da necessidade de criar “um espaço tranquilo com música ambiente”, diz Paulo Varela, proprietário do bar. “Os bears são pessoas muito tranquilas, muito sossegadas e gostam muito de estar sentados. Daí o excesso de peso que a maioria tem”, acrescenta em tom de brincadeira.
“Por uma questão de personalidade e postura”, diz Paulo Varela, os bears não se identificam com o ambiente dos bares normais. “Evitamos aquela confusão”, explica ao JPN.
A decoração do espaço, pequeno e de aspecto familiar, remete para a cultura Bear. Há pegadas de ursos a ocupar uma das paredes do estabelecimento, bem de frente para bandeira internacional da comunidade Bear.
A “Caverna dos Ursos“, na Rua Alexandre Herculano, funciona de terça a quinta-feira, das 17h00 à meia-noite e, ao fim-de-semana, até à 01h00. Todas as tardes há uma happy hour, com cerveja e petiscos a preço reduzido. A entrada é livre e não há consumo obrigatório.
A origem da cultura
A origem dos Ursos, na comunidade gay, remonta a 1980, em S. Francisco. Foi criada por gays que não se identificavam com os padrões da comunidade. A ideia era criar uma alternativa que melhor definisse o perfil do trabalhador americano.
Hoje em dia, a cultura dos Ursos destaca-se na comunidade homossexual e são cada vez mais os locais de convívio específicos. Paulo Varela conta que a comunidade aproveita o facto de já ter nascido assim para manter essa mesma imagem. “Fazemos questão de evidenciar”, refere.
Os Ursos têm corpo cabeludo e barba. Muitos projectam uma imagem masculina e bruta e quase sempre são gays ou bissexuais. “Cave” é o termo usado para designar os seus locais de encontro.