Ana Guimarães e Helena Reis aliaram a tradição do bigode na mulher portuguesa a um projecto de joalharia. O projecto “B-Gode” nasceu há “três ou quatro anos”, explica Ana Guimarães, designer de joalharia. “Na área do design, começou-se a falar muito dos bigodes e a fazer brincadeiras”, conta.

“O projecto começou com uma brincadeira de uma amiga que me falou numa tatuagem de um bigode, que depois daria para colocar directamente sobre o buço”, explica Ana Guimarães, que mais tarde acabou por fazer a mesma tatuagem.

A ideia foi desde cedo aliciante, mas só foi posta em prática quando conheceu aquela que viria a ser sua sócia, Helena Reis. A iniciativa começou a ser divulgada através de um stencil. Pintaram as ruas do Porto com a frase “Conhece este bigode?”. “Achamos piada”, confessa.

Ana Guimarães admite que “a nível de vendas não é muito fácil, já que não é para todo o tipo de público”. “Os turistas acham muito engraçada a tradição da mulher portuguesa ter bigode”, diz.

O projecto “B-Gode” é uma forma de “pegar numa ideia e associá-la àquilo que é nosso”, explica Ana ao JPN. “Dizem que a mulher portuguesa tem bigode, então vamos usá-lo com orgulho”, remata.

Na loja Retrato do que Vejo, no n.º 415 da Rua do Almada, há bigodes para todos os gostos: colares, anéis e alfinetes de acrílico, prata e “também filigrana”, acrescenta Ana Guimarães.

Ainda este mês, a Casa Museu Marta Ortigão Sampaio, na Rua de Nossa Senhora de Fátima, vai receber uma pré-exposição “B-Gode”. “É a base explicativa para depois avançarmos mesmo com as peças”, explica Ana Guimarães. Só em Abril serão introduzidas peças novas a nível de cor, associadas a uma mulher mais jovem e não tanto à senhora da aldeia.