O iPad2 foi lançado nos Estados Unidos da América (EUA) a 11 de Março. A correria ao equipamento fez com que cedo esgotasse. Estima-se que tenham sido vendidos um milhão de iPads apenas no primeiro fim-de-semana.
Em Portugal, o lançamento está marcado para 25 de Março e, segundo Sara Mota, “não se espera uma correria tão grande”. No entanto, a jornalista e coordenadora do Suplemento de Inovação e Tecnologia do “Diário Económico” afirma que vai existir “alguma procura”, uma vez que no último ano o iPad foi o equipamento tecnológico que “mais deu que falar”.
Para Sara Mota, a principal vantagem do iPad2 em relação à primeira versão é o facto de “ter um processador novo com dois núcleos”, o que o torna “mais rápido”. Além disso, é “33% mais fino”, tem uma câmara frontal para a “realização de videoconferência e fotos”, e uma de retaguarda, para a “produção de vídeos em alta resolução”. Contudo, a jornalista encontra limitações: “não suporta a tecnologia Flash, não tem entrada USB para pen drive e as câmaras têm baixa resolução”.
Sara Mota já testou alguns “tablets” disponíveis no mercado português e afirma que “existem diferenças”. Considera que, para quem é “fã incondicional da Apple“, o iPad é o “tablet” indicado. Para a jornalista de tecnologia, “a Apple continua a ser uma das empresas mais inovadoras do mundo”, e o sucesso prova-o.
Nos Estados Unidos, o preço do iPad varia consoante as especificidades: a partir de 357 euros para o modelo wi-fi e dos 500 euros na versão 3G. “Numa altura em que a conjuntura económica mundial é desfavorável”, os preços do iPad “não são acessíveis à maior parte da população”, pensa.
Em termos universitários, o fácil transporte torna-o “prático”. Sara Mota considera que o “tablet” da Apple pode “substituir um bloco de notas” e “funcionar em rede para troca de arquivos entre alunos e professores”. Pode ainda “permitir novas maneiras de estudo”, como “pesquisas na internet” e “leitura de e-books em vez de livros didácticos”.
iPad na Universidade do Porto
frequenta o mestrado integrado em Psicologia, na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação (FPCEUP). Há dois meses comprou o iPad nos Estados Unidos, porque ficava cerca de 100 euros mais barato.
João Teixeira considera que o equipamento é “muito prático”. O facto de poder trabalhar em todo o lado naquilo que precisa permite-lhe “organizar a vida de maneira diferente”. É “mais eficaz e mais rápido” fazer aquilo que João já fazia com outros computadores. O aluno que utiliza aplicações que lhe dão jeito e também utiliza o iPad para entretenimento.
Para o estudante, as principais vantagens do iPad em relação às outras tecnologias passam, acima de tudo, “pela versatilidade” e pelo facto de ser “bastante instintivo”. João Teixeira aponta outro factor determinante: a autonomia de bateria do iPad é, normalmente, de 10 horas, enquanto que a do “netbook” que utilizava durava duas horas, no máximo.
Afirma que há muita curiosidade à volta do iPad por parte dos colegas. O aluno universitário considera que, infelizmente para o curso, não há nenhuma aplicação que seja específica, embora saiba que há alguns textos em versão digital que se podem usar.
Carla Ferreira é estudante da licenciatura de Criminologia na Faculdade de Direito da Universidade do Porto (FDUP). Amante de tecnologias, considera o iPad um produto “muito desejado”. No entanto, não utiliza nem o pretende fazer. Isto deve-se, principalmente, à falta de “possibilidade económica.” Para a estudante, as maiores vantagens do iPad são a autonomia de bateria, o peso e as dimensões. O que a “desilude” é a memória RAM.
A estudante de Criminologia não crê que o iPad lhe trouxesse “algo de novo e útil”, em termos académicos. Até porque é “difícil economicamente” frequentar a universidade e são precisas “coisas simples e baratas”, afirma.