Ter um trabalho não é sinónimo de felicidade. O emprego está associado a uma melhor saúde mental e o desemprego pode provocar depressão ou ansiedade. No entanto, um estudo australiano, publicado na revista “Occupational and Environmental Medicine”, diz que estar desempregado é menos deprimente do que ter um mau emprego.

Ao avaliar a saúde mental ligada ao trabalho, o estudo conclui que o bem-estar mental das pessoas com um mau emprego é pior do que a saúde mental de quem está desempregado. Um mau emprego é considerado aquele trabalho que é mal pago, exigente, complexo e com pouco controlo ou segurança.

Na saúde mental do desempregado ou trabalhador precário, o apoio social assume um papel determinante, pois transmite segurança às pessoas, que se sentem menos deprimidas e ansiosas.

Para o estudo, realizado pela Universidade Nacional da Austrália, em Melbourne, foi utilizado um teste chamado “Mental Health Inventory” (MHI) para medir a saúde mental dos participantes, considerando diversos sintomas associados à depressão e à ansiedade, como o nervosismo. Foram também medidos aspectos positivos da saúde mental, como a tranquilidade ou a felicidade. Relativamente à qualidade do trabalho, os autores avaliaram factores como o nível de exigência e complexidade, o controlo sobre o próprio trabalho, a segurança laboral e a percepção de um salário justo.