TEDx O'Porto: Não houve tédio na Casa da Música

“Este evento é uma oportunidade para todos vocês. Falem uns com os outros e troquem cartões de visita. Estão aqui pessoas importantes. Quem chegou cá desempregado, vai ter que sair com emprego”. Foi com estas palavras que Manuel Forjaz, o organizador do TEDx no Porto, deu as boas-vindas aos cerca de mil participantes nas conferências, na Sala Suggia da Casa da Música.

“Vim porque só por si é o TED!”, diz Ricardo Ferreira, um dos jovens animados, que veio de Lisboa só para assistir à maratona de conferências. “Depois, também vim porque é um evento em que se aprende muito e que conta com pessoas inspiradoras”. Ao longo de todo o dia, foram vinte os oradores convidados.

As palavras de Ricardo Ferreira podem muito bem resumir o objectivo das palestras do TEDx: dar voz a pessoas com ideias novas que possam fazer outras aprender. Mas não foram só as grandes personalidades que puderam apresentar ideias inovadoras. A organização espalhou por todo o lado caixas para quem quisesse deixar sugestões “fora da caixa”. Fernando Veloso, um dos participantes que deixou a sua ideia por lá, considera que estas acções são importantes para marcar a diferença.

Ideias “fora da caixa”

Se o exterior da Casa da Música estava concorrido, mais ainda se pode dizer do interior da Casa da Música. Desde a entrada, onde se fazia o “check-in”, até às pessoas nas escadas, a movimentação era muita. A meia-hora do início das conferências, o público aumentava. Durante esse período, Eurico Amorim lia calmamente o jornal. “Nestes minutos não se faz grande coisa. Espera-se. No meu caso, com grande expectativa. Acima de tudo pela intervenção do Peter Joseph”, conta Eurico. O realizador americano era um dos oradores mais esperados. Também Ricardo Sousa, outro fã das ideias do cineasta, aguardava por essa palestra, mas sabia que o facto de Joseph falar por videoconferência poderia não passar tão bem a mensagem.

Pelo palco passaram oradores como Celso Grecco, criador da primeira Bolsa de Valores Sociais do mundo, Bento Amaral, campeão mundial de vela adaptada, ou Miguel Neiva, designer que criou um sistema de identificação de cores para daltónicos.

Foram muitas as personalidades de destaque que partilharam projectos, ideias e experiências. Até mesmo o judoca Nuno Delgado passou pelo palco para demonstrar como se podem “combater” as adversidades da vida. Bom exemplo disso mesmo foi Johnson Semedo, ex-delinquente, recuperado e reerguido, que se emocionou ao contar a sua história.

Muitos foram os exemplos que procuraram inspirar os portugueses a aspirarem a mais e a terem confiança no país que tem o “melhor peixe do mundo”, como fez questão de assinalar José Bento dos Santos, presidente da Academia Internacional de Gastronomia.