Viveu há mais de 90 milhões de anos e é o mais recente membro da família de fósseis de dinossauros. Chama-se “Angolatitan Adamastor” e foi descoberto por Octávio Mateus, um paleontólogo e investigador português.

Este “gigante de Angola” é um dinossauro saurópode. Octávio Mateus descobriu, após várias expedições em África, uma nova espécie para a ciência. Este herbívoro pode medir até 13 metros de comprimento e é conhecido pelo seu porte imponente.

Perfil

Nascido a 31 de Janeiro de 1975 em Lisboa, mas criado na vila da Lourinhã,Octávio Mateus é biólogo e paleontólogo, doutorado pela Universidade Nova de Lisboa em 2005. Era uma criança muito curiosa e interessava-se pela natureza e pela vida selvagem: aos nove anos descobriu um dente de dinossauro. Actualmente faz investigação na Universidade Nova de Lisboa e no Museu da Lourinhã. Já baptizou os dinossauros “Lourinhanosaurus antunesi” (1998), “Dinheirosaurus lourinhanensis” (1999) e “Lusotitan atalaiensis” (2003), entre outros. Em 2005, descobriu o primeiro dinossauro de Angola, o “Angolatitan Adamastor”.

Octávio Mateus, paleontólogo e investigador da Universidade de Lisboa, diz que é uma honra poder contribuir com uma nova descoberta para a ciência.

África é, para o paleontólogo português, uma região pouco explorada em muitos aspectos, nomeadamente ao nível da paleontologia. “África esteve fechada à ciência durante os tempos de guerra. Agora que a guerra terminou, há um enorme registo fóssil por descobrir”, explica Octávio Mateus.

Quanto ao impacto futuro na ciência, Octávio Mateus, além da importância científica, realça o impacto social da descoberta do primeiro fóssil de dinossauro em Angola, nomeadamente ao nível da educação do povo angolano.

Ser paleontólogo é, para este investigador português, “partir à descoberta, que não precisa ser sempre uma descoberta com expedições em países remotos, pode ser uma descoberta feita num laboratório. Ser cientista é partir à descoberta”, remata.

O “Angolatitan Adamastor” foi descoberto em 2005, mas só em 2011 foi reconhecido pela comunidade internacional. A investigação liderada por Octávio Mateus decorreu no âmbito do projecto“PaleoAngola”, do qual fazem parte vários paleontólogos portugueses, norte-americanos, angolanos e holandeses. O objectivo é estudar os vertebrados fósseis de Angola.