Na Rua dos Caldeireiros, a agitação era grande. A demolição do prédio que, aos poucos, se desfazia atraía a atenção dos transeuntes. Há mais de dez anos que a habitação estava identificada na Câmara Municipal do Porto (CMP) como um prédio em ruína, em risco de desmoronamento, explica um responsável da Protecção Civil, no local.

O prédio estava a ser vigiado, mas a derrocada do reboco pôs um ponto final a esta situação. “Caía um reboco, caía uma janela, caía um vidro-janela, caíam pedaços da fachada e nós andávamos aqui constantemente, sempre a ‘tapar buracos'”, comenta.

Na hora de atribuir responsabilidades, a Protecção Civil defende que a autarquia tudo fez para obrigar o proprietário a realizar “obras de remodelação e conservação”, sem nenhum resultado.

A última solução: a demolição

“Isto era o último recurso em relação ao prédio”, adianta. Trata-se de um prédio de construção antiga que estava em degradação e “apodrecimento” contínuo. “É uma construção toda de madeira”, que podia, a qualquer momento, se derrubar. Após dez anos de notificações ao proprietário, procedeu-se a um “despejo coercivo” para proteger a integridade física dos ocupantes.

Por questões evidentes de segurança, procedeu-se à demolição do prédio, já que este “parece ser resistente agora que está vazio”, mas qualquer deslocação no seu interior poderia levar ao colapso.

Os moradores da Rua dos Caldeireiros concordam com a demolição, mas acham que esta situação podia ter sido evitada. “Se fossem feitas obras há alguns anos, neste momento isto não estava a acontecer”, desabafa um vizinho.