No último dia do Portugal Fashion, o programa arrancou logo pelas 15h00, com um desfile colectivo da indústria de vestuário, seguida da indústria do calçado. O final da tarde recebeu as colecções de Carlos Gil, Diogo Miranda, Lion of Porches e Vicri. Sem esquecer os jovens designers, o Espaço Bloom acolheu trabalhos criativos, num ambiente mais informal, urbano e multiartístico.

A noite acendeu as luzes a Luís Onofre, Dielmar e Fátima Lopes. O único criador português de calçado a marcar presença no Portugal Fashion, Luís Onofre, levou à Alfândega uma colecção de calçado, onde predominam os pretos em “dégradé” até aos cinzas claros, os castanhos, os verdes e o tom camel. As camurças e as peles, com acabamentos personalizados e com uma produção 100% manual, completam a silhueta feminina, sem retirar o protagonismo ao calçado. Para Luís Onofre, é um prazer trabalhar na indústria do calçado, mas salienta que a tradição já não é o que era. O estilista ainda apresentou uma colecção de carteiras com traços vintage e que lembram os anos 60 e 70.

O guarda-roupa masculino ficou a cargo da Dielmar, que destaca os casacos e fatos de xadrez, com influências cada vez mais desportivas. A paleta de cores recai sobre tons sóbrios, como os cinzas antracites, castanhos, beges, azuis e vermelhos. E porque os acessórios não são exclusivamente da silhueta feminina, Dielmar apostou nos lenços, sacos, sapatos, óculos e luvas.

Com as bancadas lotadas e com um reforço de segurança, a passarela encerrou com a colecção de Fátima Lopes. Para o próximo Inverno, “Checkmate” é a inspiração da estilista. Brancos e pretos, como um jogo de xadrez sobre o qual as peças se opõem. A excepção é uma peça verde-esmeralda, que traz um toque de cor à colecção. Inspirada nos anos 60, Fátima Lopes apostou nas peles e na lã, formando carapaças de vestuário com pintase riscas e gerando um efeito óptico futurista numa dimensão gráfica.

O Portugal Fashion é um evento “importante para o Porto como para o país, porque representa-nos além fronteiras”, salienta Ricardo Guedes, que, depois de quatro anos, regressou à passarela da Alfândega. “Cidades como o Porto precisam muito de poder sair além fronteiras e é com base nestes eventos que conseguem ultrapassar os seus limites”, considera Manuel Serrão, responsável pela organização do evento.

A 28.ª edição do Portugal Fashion terminou com um balanço positivo. Durante quatro dias, 16 criadores e oito jovens designers mostraram no Porto o que de melhor se faz na moda portuguesa.