O projecto surgiu em Londres, em 2005. A frustração de ser uma das poucas mulheres a participar em eventos ligados às áreas tecnológicas levou Sarah Blow a criar o “Girl Geek Dinners”. Vários países europeus aderiram a esta iniciativa, mas Portugal ainda não conhecia o projecto. Vânia Gonçalves conheceu-o em Bruxelas e decidiu trazer até nós o conceito. “Na altura, gostei bastante do modelo, do conceito, do tipo de eventos e das pessoas que juntava”. Em 2010, foi organizado o primeiro evento em Portugal.

O objectivo é criar um espaço para mulheres com interesse pela tecnologia, “não necessariamente com um background”, e que trabalhem na área. Nos eventos, pretende-se que as mulheres se conheçam e partilhem conhecimento.

“Estamos também a tentar abraçar um outro objectivo que é motivar mais jovens para a área da tecnologia”. Fazem visitas às escolas e querem incentivar estudantes a ingressar nesta área. Iniciativas como visitas ou os “Girl Geek Dinners servem para mostrar que há mulheres nesta área, que somos tão bem sucedidas como os homens”. Vânia afirma que ainda há algum preconceito em relação às mulheres ligadas à tecnologia e acredita que devem ser organizadas mais iniciativas educativas e de divulgação.

Como explica a fundadora do “Portugal Girl Geek Dinners”, há pessoas que vêem a tecnologia como uma área apenas para homens e algumas jovens, mesmo que interessadas pela área, preferem concorrer a outros cursos. No entanto, sente que o número de mulheres em tecnologia tem aumentado ao longo dos tempos.

Os eventos dedicam-se a temas com maior divulgação e pretendem que as mulheres fiquem com noções sobre tecnologia e informática. Empreendedorismo e novas aplicações são apenas alguns exemplos. Vânia Gonçalves não consegue adiantar informações sobre o próximo evento, mas pensa que será sobre comunidades. Lisboa e Porto têm sido as cidades com mais eventos, devido ao número de pessoas a trabalhar na área.

O público é composto maioritariamente por mulheres, até porque os homens apenas podem participar com convite, por forma a manter um número maior de mulheres. Têm entre 20 e 50 anos e são bastante heterogéneas. Em Portugal, este tipo de eventos recebe entre 20 a 30 pessoas.

Os interessados podem informar-se sobre os eventos no blogue do projecto, no Twitter ou pelo Facebook.