O madeirense não poderia ter alcançado tantos feitos numa só partida: fez o primeiro jogo pela equipa principal da Selecção, marcou na estreia, fê-lo por duas vezes e fica, assim, inserido no restrito lote de jogadores que fizeram mais de dois golos na primeira vez que vestiram a camisola nacional.

Melhor do que Micael só mesmo Palmeiro que, em 1956, marcou três golos à Espanha na sua “primeira vez” pela Selecção. Contudo, o jogador do FC Porto pode orgulhar-se de ser um “herói moderno”, já que os outros jogadores com dois golos na estreia pertencem todos a um passado longínquo: José Manuel Soares (Pepe), em 1927; João Cruz, em 1938; Ben David, em 1950. Se forem contados os anos que separam os golos de Rúben Micael à Finlândia dos de Palmeiro à Espanha, já lá vai mais de meio século (55 anos). Além disto, o madeirense apenas precisou de dois remates para concretizar dois golos e de 75 minutos para ficar na história da Selecção Nacional, já que foi substituído, nessa altura, para ouvir a salva de palmas que tanto merecia.

Rúben Micael Freitas da Ressurreição parece, de facto, ter “ressuscitado” com o feito de Aveiro. O pouco protagonismo que tem tido, esta época, no FC Porto não o afectou no jogo com os finlandeses, já que voltou a ser visto em campo o jogador “cerebral” e decisivo que motivou os “dragões” a pagarem três milhões de euros por 70% do seu passe ao Nacional da Madeira. “Tapado” por Belluschi, João Moutinho e Guarín, Rúben espera ter ganho mais alguns pontos junto de André Villas-Boas para o que resta da temporada.

Nascido em Câmara de Lobos, na Madeira, Rúben Micael fez a maior parte da sua vida desportiva no União da Madeira, que só deixou na época 2008/2009 para ingressar na equipa do Nacional. Foi na Choupana que o médio brilhou ao mais alto nível, de onde se destacam os cinco golos marcados na fase de grupos da Liga Europa. O FC Porto não perdeu tempo e, na temporada 2009/2010, foi buscar o madeirense para tentar fazer esquecer “El Comandante” Lucho González. A verdade é que Micael afirmou-se como titular e trouxe uma lufada de ar fresco ao meio-campo portista.

Esta época, a contratação de João Moutinho e as boas exibições de Belluschi e Guarín não têm deixado grande margem de manobra a Rúben. Ainda assim, depois do jogo diante da Finlândia, o médio insular mostrou-se motivado para ser campeão pelo FC Porto, com quem tem contrato até Junho de 2014, assim como uma cláusula de rescisão de trinta milhões de euros, algo que os “dragões” só aplicam aos seus jogadores de topo.