O movimento “Geração à Rasca” quer promover uma iniciativa legislativa popular contra a precariedade no trabalho. O objectivo é obrigar a Assembleia da República (AR) a analisar e votar a proposta. Para tal, o movimento pretende recolher 35 mil assinaturas, sem recurso à Internet.

A proposta vai abordar questões laborais, tais como os falsos recibos verdes e os contratos a prazo. A iniciativa deve avançar rapidamente, de modo a que a nova Assembleia da República eleita discuta esta proposta em Setembro.

Esta foi a principal ideia da assembleia popular da “Geração à Rasca”, que juntou cerca de meia centena de pessoas no Clube Literário do Porto, entre as quais José Manuel Coelho.

O ex-candidato à presidência da República pôs o seu partido à disposição dos jovens para se candidatarem às próximas eleições legislativas. Contudo, a maioria dos presentes criticou o oportunismo do político. Consideram que entrar ou criar um partido político iria “matar o movimento”.

Entre os presentes foram muitos os que quiseram contribuir com sugestões. A criação de fóruns de opinião, associarem-se a outros movimentos, possibilidade de referendos e outras iniciativas legislativas, bem como investigar a transparência dos políticos, foram algumas das ideias em debate.

No final, todas as propostas foram sintetizadas em temas e organizaram-se pequenos grupos de trabalho para estudar e discutir cada uma das questões.

Outra questão abordada na assembleia popular foi os resultados da manifestação do dia 12 de Março. Entre as 80 mil pessoas que participaram no protesto no Porto foram recolhidas 1088 folhas, sendo que a maioria (68%) correspondia a protestos e não a propostas. “Os principais temas que surgem são a precariedade, o emprego em geral, mas também o sistema político e a corrupção”, afirma Rita Aires, uma das organizadoras da assembleia, ao JPN.