“O espelho de um treinador é a equipa a jogar dentro do campo. O FC Porto, a equipa do André, praticou bom futebol este ano, jogou bem e isso é o reflexo do trabalho e da qualidade do seu treinador”. É assim que Carlos Carvalhal descreve a época de André Villas-Boas à frente do FC Porto.

Com 33 anos, André Villas-Boas é o terceiro treinador mais novo de sempre a conquistar o título de campeão nacional, sendo apenas ultrapassado por Mihaly Sistka (campeão pelo FC Porto em 1938-39) e por Juca (campeão pelo Sporting em 1961-62).

Um “treinador com mérito e com capacidades”, segundo Carlos Carvalhal, André Villas Boas tornou-se o quinto técnico a conseguir ganhar a liga portuguesa logo na primeira temporada em que dirige uma equipa desde o início. No FC Porto, este feito foi apenas alcançado por José Mourinho, na época de 2002/2003. “Um treinador que chega e ganha obviamente que é um treinador que tem que ter qualidade”, afirma Álvaro Braga Júnior, ao JPN.

André Villas Boas iniciou-se no futebol quando, após convite de Bobby Robson, se tornou num dos seus olheiros no F.C. Porto. Logo a seguir, teve uma curta passagem pelas Ilhas Virgens, onde se tornou responsável máximo por todo o futebol juvenil. Regressa depois ao F.C. Porto, para ser olheiro de José Mourinho. Acompanhou-o até ao Inter de Milão, onde desempenhou funções de treinador-adjunto.

“A escola é importante e toda a gente sabe que ele trabalhou com treinadores magníficos”, com quem “aprendeu muito”, salienta o comentador desportivo.

Em 2009, inicia a sua carreira enquanto treinador principal, na Académica. Actualmente, Villas Boas é o treinador mais jovem do campeonato nacional, tendo assinado pelo FC Porto em Junho de 2010, para substituir Jesualdo Ferreira. Mas, para Álvaro Braga Júnior, a idade não é impedimento. “Sobretudo, há que ter qualidade e é indiscutível que ele a tem”, refere.

Esta época, o jovem treinador conseguiu, na opinião de Álvaro Braga Júnior, criar “uma equipa coesa” e “que joga para ganhar”. “Ainda não perdeu nenhum jogo do campeonato e, para isso, tem que haver obviamente mérito do treinador”, explica.

Uma carreira internacional é o provável futuro do jovem treinador, entende o comentador desportivo.