A grande mediatização dos conflitos internacionais, nos últimos anos, leva a que a preparação dos jornalistas seja um elemento cada vez mais importante.

Ricardo Alexandre, jornalista da Antena 1, refere que “tem havido, nos últimos anos, um esforço por parte de alguns meios de comunicação social, em articulação com o exército, de preparar os jornalistas para cenários de guerra”. No entanto, o repórter salienta que, para além desta formação, há também outros aspectos importantes.

“Muito daquilo que eu aprendi e que outras pessoas aprenderam foi no terreno, com a tarimba. Não foi através de acções de formação, de especialização ou de treino para essas situações”, conta. Qual a melhor preparação? “A regra é não estarmos preparados, é irmos sem estarmos preparados”, refere Ricardo Alexandre.

Luís Miguel Loureiro, jornalista da RTP, afirma que é “preciso manter os níveis de atenção muito altos”. No entanto, acrescenta que a preparação de um jornalista para situações de guerra “nunca será suficiente”. “Não há heróis”, salienta o repórter. Já Luís Castro, também jornalista da estação pública, considera necessária uma “preparação psicológica e física”.

Para Alexandra Lucas Coelho, jornalista do “Público”, o conhecimento que o jornalista tem das situações é muito importante. “Quanto mais nós soubermos sobre um determinado lugar, melhor”, diz a jornalista.

Quando se fala em momentos complicados, Ricardo Alexandre diz que não se deve “sobrevalorizar as situações” pelas quais os jornalistas passam, porque estes têm “uma enormíssima vantagem em relação às pessoas” com as quais contactam nessas zonas. A vantagem é que os jornalistas têm “um bilhete de regresso”, conclui.