Beatriz Pacheco Pereira, escritora e cinéfila, rendeu-se também à escultura. Para celebrar a sua entrada nesta área, foi inaugurada esta segunda-feira, 4 de Abril, a exposição “O Corpo Inquieto“, sendo a primeira exposição da artista no Porto.

Baseando-se na sua “experiência individual, pessoal e até íntima”, Beatriz Pacheco Pereira mostra peças em bronze, em técnica mista conjugando uma “linha mais estetizante e uma linha mais clássica”, explica.

A escolha do bronze prende-se com a importância da perenidade na vida da artista, que quer fazer “coisas que fiquem”, porque “estar a fazer só por fazer não interessa nada, nem a mim nem aos outros”, esclarece a artista.

De uma família com tradição artística, a agora escultora considera que chegou “a altura própria” para se dedicar a esta forma de arte, já que “a escultura exige, tal como a literatura, uma certa maturidade”. “Eu entrei na escultura como se fosse uma necessidade vital minha”, explica Beatriz Pacheco Pereira. A artista confessa que recebeu influências do pai que, aos sete anos, já lhe transmitia noções de História de Arte enquanto preparava as suas aulas.

Enquanto que na literatura Beatriz Pacheco Pereira expressa preocupações sociais com o seu país e a sua cidade, na escultura, a artista pretende expressar um “estado de espírito, uma emoção, uma atitude do ser humano”, fazendo transparecer a sua “complexidade interior”.

Na inauguração da primeira exposição no Porto, Beatriz Pacheco Pereira critica o facto de as mulheres que fazem arte em Portugal terem “um campo de acção muito mais restrito do que os homens”.

Ligada à literatura, ao cinema e agora à escultura, Beatriz Pacheco Pereira tenta conciliar as três áreas, fazendo o que lhe “apetece”. “Ao fazer umas coisas numa área, descanso das outras”, diz a artista.

A arte de Beatriz Pacheco Pereira pode ser vista de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 20h00, no Palacete Viscondes de Balsemão, no Porto. A exposição encerra a 29 de Abril. Até Maio, a artista expõe também peças no Museu Municipal de Espinho, na colectiva “Mulheres d’Arte”.