Luís Filipe Menezes recebeu, esta quinta-feira, a embaixadora da Argélia em Portugal, Fatiha Selmane, no Edifício da Presidência, em Vila Nova de Gaia. A visita acontece devido ao protocolo estabelecido entre o município e a Câmara de Comércio e Indústria Luso – Árabe, no “âmbito de acções de diplomacia económica, e de captação de investimento”.

Durante a visita, a embaixadora da Argélia aproveitou para referir que este protocolo é essencial para os dois países, pois ambos saem beneficiados. Fatiha Selmane diz que vai trabalhar “no sentido de reforçar as relações” entre os dois países. Portugal importa mais de 40% do gás proveniente da Argélia. Este fornecimento argelino, é segundo, a embaixadora, “importante para o desenvolvimento português”.

A relação política com Portugal é “excelente”, revela Fatiha Selmane. Mesmo assim, a embaixadora da Argélia quer que “a relação económica e comercial alcance a excelência da relação política”.

Já para Luís Filipe Menezes, o protocolo estabelecido pelo município é muito importante, porque “algumas das muitas empresas sediadas em Gaia podem beneficiar destes mercados emergentes”. O presidente gaiense fala numa inexplorada “relação de proximidade geográfica” e nas “afinidades históricas e culturais” entre Portugal e os países árabes.

O autarca revela que estes países estão a “despertar de uma forma muito forte para o desenvolvimento” e que podem beneficiar da proximidade com países como Portugal e Espanha. “Temos todas as razões para acreditar que podemos ser excelentes parceiros destes países numa lógica de igualdade e beneficiarmos todos com uma proximidade maior das nossas economias”, acrescenta.

“A oportunidade não pode passar pelo primeiro-ministro”

Quando interrogado acerca do pedido de ajuda externa de Portugal, anunciado na passada quarta-feira, Luís Filipe Menezes diz que o “país não pode acabar nem entrar em falência”. Para o presidente gaiense este pedido tem que ser “encarado como uma oportunidade” e não como um “momento de capitulação”. No entanto, “o país já percebeu que essa oportunidade não pode passar pelo primeiro-ministro José Sócrates”, entende.

O autarca encara-se como um “moderado optimista em relação à situação do país”. Luís Filipe Menezes afirma que é necessário alterar a cultura “um pouco laxista do pós-revolução do 25 de Abril”, que levou os “portugueses a preocuparem-se menos com o seu país” e esperar que o “Estado resolvesse todos os seus problemas”.

Apesar de optimista, o autarca diz que os portugueses vão ter que “passar por anos de sacrifício”. Para Luís Filipe Menezes, é preciso “arregaçar as mangas e trabalhar”, pois o país tem “imensas potencialidades”.