O protesto da “Juventud sin Futuro”, réplica de outros movimentos estudantis como o da “Geração à Rasca” português e os protestos dos jovens ingleses, gregos e islandeses, ocorreu a 7 de Abril, em várias praças espanholas. Contrariamente ao que aconteceu em Portugal, na vizinha Espanha os protestos não foram pacíficos.

“Não pagamos esta crise! Se isto não se resolve teremos guerra, guerra, guerra!” foi uma das frases mais ouvidas na manifestação, segundo o jornal espanhol “El Mundo”. Pelas 19h00 partiram da Plaza Antón Martín e, duas horas depois, chegaram à praça em frente ao Museo Reina Sofía. “Dirigimo-nos à opinião pública para mostrar o nosso descontentamento com a política de cortes sociais do Governo e contra as consequências graves que estes cortes podem ter no futuro: a juventude mais preparada da nossa história viverá pior que os seus pais”, afirmou um dos representantes da “Juventude sin Futuro” ao “El País”.

A indignação e revolta dos jovens contra as medidas do Governo para combater a crise transformou-se em vandalismo. Depois de a organização do protesto ter lido a sua mensagem e explicado todas as razões que fazem da “Geração Nini” a geração “sin futuro”, pediu aos restantes manifestantes para dispersarem, mas a desordem eclodiu.

O “El Mundo” afirma que, depois de várias centenas terem bloqueado durante cerca de meia hora o Paseo del Prado, na zona da Estação Atocha, os manifestantes impediram o trânsito durante 15 minutos. No meio do reboliço, um motorista envolveu-se em confrontos com os estudantes e foi agredido. Para apaziguar a situação, a polícia teve que intervir, recorrendo a algumas detenções. Com a discrepância de um número, o “El Mundo” adianta que foram detidos 13 jovens, enquanto que o “El País” afirma apenas 12 pessoas foram levadas pela polícia.

Alguns dos protestantes que vandalizaram as ruas fugiram pela Rua Almadén, mas um dos detidos é menor de idade. Foram cerca de três mil os jovens a manifestarem-se pelas ruas e praças madrilenas. A eles juntaram-se aposentados, professores, idosos, crianças, trabalhadores e desempregados, que se sentem abandonados pelas forças políticas. Pelas suas vozes ouviam-se gritos como “Basta, não pagamos esta crise”, afirma o “El Mundo”. As redes sociais foram a principal publicidade para o movimento “Juventud sin Futuro”.