Todos os dias há notícias que dão conta da descida do rating em Portugal. Mas este é um conceito nem sempre claro. Aurora Teixeira, professora da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, ensina em que consiste esta escala internacional, bem como todo o processo que a envolve.

Aurora Teixeira começa por dizer que, a nível mundial, são três as maiores agências de rating. Os seus nomes não são, de todo, desconhecidos pelos portugueses: “Fitch”, “Moody’s” e “Standard & Poor’s”.

Estas agências elaboram uma escala de classificação(o rating) que permite aos investidores conhecer o risco de compra ou aquisição da dívida soberana de um país. Os “compradores” sabem, assim, o risco de incumprimento por parte da entidade emitente.

Os níveis de rating, que são transversais a todas as agências, vão do “AAA”, o mais alto, e podem chegar ao “D”, o mais baixo. A partir do “BBB”, o investimento passa para o campo da especulação e torna-se de risco. A partir deste patamar, os países ou as empresas em análise são classificadas como “lixo”.

Quanto pior a economia de um país, mais letras vão retirando as agências. Assim, o nível “AA” é pior que o “AAA”. Podem, ainda juntar-se símbolos (positivos e negativos) a cada nível, como afirma a docente da FEP. Esta adição baseia-se na tendência prevista pelas agências. A “Standard & Poor’s” disponibiliza [PDF] mais informações sobre a gradação.

Aurora Teixeira acrescenta, ainda, que estas agências são pagas pelos serviços que prestam. No entanto, elas não são solicitadas pelos estados. Quando um estado soberano põe no mercado a dívida pública, e tem um bom rating, é provável que tenha várias propostas de negócio. Isto porque os investidores sabem que esse país vai ser cumpridor.