Os técnicos da Comissão Europeia (CE), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central Europeu (BCE) aterram esta terça-feira em Portugal para analisar as contas do Ministério das Finanças. Este primeiro passo no terreno serve para apurar as necessidades, negociar as condições da ajuda externa e desenhar um plano económico para os próximos três anos.

Segundo a agência Lusa, Caroline Atkinson, directora de Relações Exteriores do FMI, anunciou que as “conversações políticas” entre Portugal e as instituições que vão dar a ajuda económica ao país terão início a 18 de Abril. Até lá, os partidos políticos têm que estudar a melhor forma de se entenderem.

Numa entrevista publicada no diário alemão “Handelsblatt”, divulgada em comunicado pela agência AFP, o ministro das Finanças da Holanda, Jan Kees de Jager, diz que se o país não cumprir o plano que vai ser negociado entretanto, “então as ajudas a Portugal terminarão imediatamente”. Jan Kees de Jager diz, ainda, que Portugal demorou demasiado tempo a tirar as consequências da crise da dívida soberana.

Domingo, no encerramento do congresso do Partido Socialista, José Sócrates assumiu o compromisso de o Governo de gestão liderar as negociações da ajuda externa com a União Europeia, que têm como base as medidas do PEC IV. Por seu lado, Pedro Passos Coelho defendeu, no Congresso do PSD-Madeira, que o Governo de gestão só deve negociar a ajuda externa para este ano. Para os próximos anos, o líder do PSD entende que o FMI deve negociar com o Governo que sair das próximas eleições. A ajuda externa dada a Portugal deverá ser de 80 mil milhões de euros para um período de três anos.