Numa altura em que o título de campeão já está decidido, restou o clássico entre Sp. Braga e V. Guimarães para animar a competição à 26.ª jornada da Liga ZON Sagres. Contudo, esta última ronda do campeonato teve no jogo Naval – Benfica um motivo de polémica, na medida em que os “encarnados” apresentaram-se na Figueira da Foz com uma “equipa B”. Foram várias as críticas que ecoaram após o jogo e que fazem do Benfica um “vilão”, por ter retirado competitividade a uma partida diante de um conjunto que luta pela fuga à “linha de água”.

No meio destes acontecimentos, a Naval derrotou o Benfica por 2 – 1, FC Porto e Portimonense proporcionaram um belo espectáculo, com os portistas a vencerem por 3 – 2 e o Braga fez gorar as expectativas vimaranenses ao bater o Guimarães por 3 – 1. Desta forma, a vitória do Sporting, por 2 – 0 à Académica, não chegou para os “leões” reconquistarem o terceiro lugar da classificação, que pertence aos bracarenses.

Sp. Braga – V. Guimarães (3 – 1)

Obrigado a conformar-se com o facto de ter de jogar a apenas três dias de distância da Liga Europa, Domingos Paciência colocou em campo um “onze” inicial de gestão. Com as modificações a fazerem-se sentir, acima de tudo, no ataque, com as entradas de Ukra, Mossoró e Hélder Barbosa em relação ao jogo com o Dínamo Kiev, com o decorrer do jogo, não parecia ter sido o Braga a viajar até à Ucrânia e a fazer um jogo a meio da semana, tais eram as “correrias” dos seus jogadores.

Ainda assim, o jogo começava melhor para o Guimarães, que com trinta segundos via Targino na “cara” do golo, que por certo aconteceria, não fosse o corte providencial de Miguel Garcia. Depois o Braga tomou conta das operações, apesar de não criar muito perigo, à parte de um cruzamento de Hélder Barbosa que levou a bola ao poste de Nilson. A primeira parte terminava sem motivos de interesse, mas o segundo tempo não começou sem que, durante o intervalo, os adeptos arsenalistas cantassem em uníssono o hino português, como uma provocação aos vimaranenses, a quem chamam de “espanhóis”. O confronto entre os “bons” e os “maus” continuava.

A segunda parte veio e, com a entrada do “titularíssimo” Alan, o bom futebol e golos também. Aos 60 minutos, o defesa Paulão, de cabeça, abriu o marcador para o Braga; aos 62, Ukra, num bom remate cruzado, surpreendeu Nilson e fez o 2 – 0; Alan, também de cabeça, fechou a contagem para os bracarenses aos 75 minutos. O golo de honra do Vitória chegou aos 90 mais 5, de penálti, por Edgar. O Sp. Braga recuperou, assim, o terceiro posto do campeonato e volta motivado para a alta roda do futebol europeu.

Portimonense – FC Porto (2 – 3)

Qualquer adepto que tenha ido a Portimão ver a partida entre algarvios e portistas bem poderia só ter aparecido na segunda parte, já que foi apenas durante esse período que “houve” jogo. Mas chegou, pois foi tempo bem aproveitado pelos protagonistas. Com algumas mudanças em todos os sectores, André Villas-Boas deixou em campo, ainda assim, alguns dos principais “obreiros” do título, como Moutinho, Falcão ou Hulk. Foi, precisamente, através de uma “obra de arte” do “Incrível” que o FC Porto chegou ao primeiro golo, aos 50 minutos.

O tento inaugural na partida marcava o início de uma segunda parte a todo o “gás” dos novos campeões nacionais, apenas travados pelo golo do Portimonense, por Rúben Fernandes, passados dez minutos. Mas bastaram dois minutos para os portistas voltarem para a frente, por Falcao. Quando tudo parecia decidido, Mourad voltou a empatar o jogo, de cabeça. No entanto, Maicon quis ter a “última palavra” e fechou, aos 87 e também de cabeça, o resultado em 3 – 2 para o Porto, numa boa segunda parte de futebol. Os “dragões” continuam, assim, invictos no campeonato.

Naval – Benfica (2 – 1)

Os “encarnados” foram os “vilões” da jornada. Mesmo com o risco de serem acusados de falta de competitividade e seriedade perante um jogo com uma equipa que ainda luta pela manutenção, o Benfica apresentou-se na Figueira da Foz com um “onze” em que apenas Carlos Martins dava um “ar” de titular.

Sempre com um jogo seguro, os jogadores de Mozer iam conseguindo controlar as investidas benfiquistas, até que aos 22 minutos chegaram ao golo, por Bruno Moraes, num cabeceamento que Júlio César não impediu de ser materializado em golo. Na verdade, parecia que a saída em falso do guarda-redes brasileiro representava solidariedade com Roberto. Ainda assim, aos 36, Kardec repôs a igualdade para o Benfica, que apenas fugiu ao 83 minutos, num remate de Marinho, ao aproveitar a passividade da defesa das “águias”. Depois de perder o campeonato, o Benfica vê o FC Porto a 19 pontos.