Criado em 1993 pela Fundação da Juventude, o PEJENE é o Programa de Estágios de Jovens do Ensino Superior nas Empresas e dirige-se a estudantes que frequentam o penúltimo e último ano do Ensino Superior. Em 2011, a Fundação da Juventude, através do PEJENE propõe-se a conseguir 500 estágios para estudantes em todo o país. No entanto, “o número pode ser ultrapassado ou ficar aquém”, esclarece Susana Chaves, da Fundação da Juventude.

Numa altura em que Portugal vive períodos de tensão no mercado de trabalho, há cada vez mais jovens a concorrer ao estágio do PEJENE. O objectivo é, ainda durante a licenciatura, ficar com alguma experiência profissional. Foi a procura por esta experiência que levou à criação do PEJENE, uma vez que “os jovens, na altura [1993], terminavam as licenciaturas e os bacharelatos e não faziam a mínima ideia do que era trabalhar numa empresa ou numa instituição”, explica Susana Chaves.

Em 1993 havia um “fosso muito grande entre os diplomados e as empresas” e “nem sequer existiam os estágios curriculares no Ensino Superior”. Esta situação levava a uma “elevada falta de experiência”, que ainda hoje subsiste de forma acentuada, embora “actualmente já existam estágios curriculares e programas de investigação”, o que demonstra “um esforço por parte das universidades em aproximar os estudantes das empresas”. Segundo Susana Chaves, o PEJENE veio “colmatar essa falta de experiência”, valorizando o currículo dos estudantes e proporcionando-lhes “um primeiro contacto com o mercado de trabalho”.

Tanto empresas como estudantes podem concorrer a este estágio. Os primeiros para recrutar estagiários entre dois a três meses, pagando apenas o subsídio de alimentação e o transporte, e os segundos para adquirir alguma experiência profissional e valorizar o currículo, mesmo que para isso se abdique das férias de Verão. Para Susana Chaves, o estágio do PEJENE é benéfico para os estudantes. Os estagiários “assimilam novos conhecimentos e abordagens”, que são uma “mais-valia para as empresas”.

Em 18 anos, o PEJENE já proporcionou 5 mil estágios

Entre as áreas científicas abrangidas, “contabilidade, economia, gestão, engenharia e marketing são as mais concorridas”, porque são as áreas que as empresas mais procuram. “Nestas áreas é mais fácil ter um estagiário durante dois ou três meses”, pois são áreas “de fácil adaptação”, explica Susana Chaves. Biologia e engenharia biomédica são as menos procuradas, visto que são “áreas que, por efeitos de duração, não podem aceitar estágios PEJENE”.

O PEJENE é um projecto nacional. Devido à distribuição das empresas pelo território português, Braga, Porto, Coimbra, Lisboa e Setúbal são as regiões em que há mais estágios, ao contrário do Interior, que apresenta valores mais baixos.

Empresas e estudantes interessados devem fazer a sua candidatura online. O prazo de candidatura é até 21 de Abril para as empresas e 26 de Abril para os estudantes, que devem consultar o número de vagas ainda por preencher. Desde 1993, ano da criação do PEJENE, já foram concretizados cerca de 5 mil estágios e abrangidas mais de 1500 empresas.