Esta terça-feira, o executivo camarário do município do Porto aprovou, com a abstenção de PS e CDU, a venda do Colégio dos Órfãos, situado no Bonfim, aos salesianos. Na proposta da Província Portuguesa da Sociedade Salesiana, o valor de compra do colégio é de 3,4 milhões de euros.

Rui Sá, da CDU, disse que o negócio suscitava dúvidas. “A possibilidade da utilização daquele edifício para albergar outros serviços, que não os do colégio,” não estava “explícita na proposta apresentada”, afirma Rui Sá. Para além disso, a proposta “também não explicitava a área exacta que vai ser vendida”.

Mas, para Rui Sá, deputado municipal pela CDU, há uma questão fulcral na venda do colégio. “Quem gere o edifício e quem tem feito as obras de reabilitação são os salesianos e, pela gestão, não pagam nada à câmara”, afirma. “Então, qual é a razão dos salesianos quererem pagar 3,4 milhões de euros à Câmara Municipal do Porto?”, questiona Rui Sá.

Quando confrontado com as razões que o director do colégio apresentou ao JPN, Rui Sá garantiu que a proposta levada ao executivo camarário não evidenciava as razões expostas pelo director do colégio, padre Joaquim Tavira de Fonseca.

A venda deve, agora, ser aprovada pela Assembleia Municipal e fica sujeita a um conjunto de parâmetros especiais. Entre as condições de venda consta que os salesianos não podem alterar o uso do equipamento, nem alienar o imóvel a terceiros, excepto se estes assumiram a actual função do espaço.

O PS também se absteve, esta terça-feira. O JPN não conseguiu obter declarações do PS e da Câmara Municipal do Porto em tempo útil.